Bolsa Família traz benefícios na nutrição na primeira infância, diz pesquisa
Esse público envolve as crianças de zero a seis anos, que são as que recebem um adicional de R$ 150 no Bolsa Família
![Seminário discute políticas sociais para o fim da fome](https://ohoje.com/wp-content/uploads/2024/08/074adfdaca9e0f2fd3f32255513343d8.jpg)
Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome revela que Bolsa Família traz benefícios na primeira infância. Com o programa, as crianças de zero a seis anos tiveram melhoras consideráveis em seu estado nutricional, com IMC adequado para a idade passando de 58,26% em 2019, para 67,46% em 2023.
Em comunicado, o ministério aponta que diversos estudos apontam a importância do Bolsa Família para a superação da fome e redução da pobreza. Essa é uma das mais recente delas e analisou o estado nutricional de crianças de zero a seis anos entre 2019 e 2023 atendidas pelo programa.
A pesquisa foi revelada em um podcast que recebeu a secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome, Valéria Burity, e o coordenador na Diretoria de Vigilância do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), José Alexandre Júnior.
“A eutrofia que é o termo para ilustrar o estado adequado das crianças ultrapassa a casa de 65% em todos os estados que a gente acompanhou. Então, além de levar o alimento, o Bolsa Família está levando o alimento adequado”, analisa José Alexandre, um dos autores da pesquisa.
“As famílias sabem gastar. Elas sabem ter acesso aos alimentos e reverter os estados nutricionais inadequados, quer seja na magreza ou na magreza acentuada, quer seja no sobrepeso e na obesidade”, completa.
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A pesquisa analisou dados de 285 mil crianças acompanhadas pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) entre 2019 e 2023. As crianças de zero a seis anos tiveram melhoras consideráveis em seu estado nutricional. O Índice de Massa Corporal (IMC) adequado para a idade, passou de 58,26% em 2019, para 67,46% em 2023.
Valéria Burity explica porque o Governo Federal mede e acompanha o peso e a altura das crianças, que é, inclusive, uma das condicionalidades do Bolsa Família. “Acompanhar esses indicadores vai dando para gente a situação da criança em relação à nutrição. Isso é bem importante, porque faz com que a gente entenda o que está acontecendo e possa direcionar, orientar as políticas públicas”, elucida.
A magreza acentuada diminuiu de 4,9% para 3,76%. Da mesma forma, a prevalência de sobrepeso diminuiu de 8,17% para 6,51% e a obesidade infantil caiu de 7,9% para 5,4% no mesmo período, demonstrando um resultado benéfico do programa na promoção de hábitos alimentares saudáveis.
“Todos os indicadores melhoraram. A gente sabe que o Bolsa Família contribui para o acesso à alimentação das famílias, especialmente as chefiadas por mulheres. É importante para superar a fome”, disse a secretária.
O estudo também revela progressos no desenvolvimento infantil. Os casos de estatura muito baixa para a idade diminuíram de 9,32% para 5,32%, enquanto a baixa estatura caiu de 11,01% para 7,57%.
“A gente escolheu esse público de zero a seis anos, porque o futuro dessas crianças está intimamente ligado ao estado nutricional delas hoje. Então, para salvar essas crianças, a gente precisa fazer algo urgente”, defendeu o coordenador da Diretoria de Vigilância do Sisan.
Com um modelo que considera a composição familiar e tem foco nas crianças e adolescentes, o programa, retomado em 2023, que alia transferência de renda com acesso à saúde, educação e assistência social diminuiu em 91,7% a pobreza na primeira infância, conforme revelou o Unicef.
Esse público envolve as crianças de zero a seis anos, que são as que recebem um adicional de R$ 150 no Bolsa Família, o chamado Benefício Primeira Infância (BPI). Em janeiro de 2025, foram 9,1 milhões de crianças de zero a seis anos beneficiadas. Outro motivo de o foco estar nelas é que há maior concentração de crianças de zero a seis anos em famílias de baixa renda do que na média da população.