Brasileiros já pagaram R$ 500 bi em impostos em apenas 40 dias
Apenas no primeiro mês e os primeiros dez dias de fevereiro, a arrecadação bilionária está enchendo os cofres públicos
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A arrecadação de impostos no Brasil ultrapassou os R$ 500 bilhões em 2025, e o que aponta os dados no Impostômetro, painel mantido pela Associação Comercial (ACSP). O montante representa um crescimento de 8,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando o valor registrado foi de R$ 461,6 bilhões.
O aumento na arrecadação reflete um conjunto de fatores econômicos e tributários. De acordo com Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, a alta da inflação, o aquecimento da economia e o aumento de tributos contribuíram para essa expansão. “A inflação desempenhou um papel relevante, uma vez que o sistema tributário brasileiro é baseado majoritariamente em impostos sobre o consumo, que incidem diretamente sobre os preços dos bens e serviços”, explica o especialista.
Essas mudanças foram adotadas em meio ao esforço do governo para equilibrar as contas públicas e cumprir metas fiscais. No entanto, o crescimento da arrecadação não necessariamente se traduz em alívio fiscal para os contribuintes. Pelo contrário, especialistas alertam que a elevada carga tributária segue sendo um dos principais desafios para a competitividade das empresas e o poder de compra das famílias.
Apesar do forte avanço nos primeiros meses do ano, a tendência é que a arrecadação desacelere nos próximos meses. Ruiz de Gamboa avalia que a expansão tributária em 2025 tende a ser mais modesta, impactada por fatores como o menor crescimento econômico e o efeito da alta da taxa básica de juros (Selic), que desestimula o consumo e os investimentos.
A expectativa do mercado é que a atividade econômica desacelere ao longo do ano, refletindo os efeitos da política monetária mais restritiva. Com isso, o governo pode enfrentar desafios na busca por receitas extras para manter o equilíbrio fiscal sem recorrer a novos aumentos de impostos.
Enquanto isso, os brasileiros seguem destinando uma parte significativa de sua renda para o pagamento de tributos. O Impostômetro continuará registrando em tempo real o impacto da carga tributária no país, reforçando o debate sobre a necessidade de uma reforma tributária que simplifique o sistema e reduza o peso dos impostos sobre a população e as empresas.
Além da inflação, outros fatores influenciaram o crescimento da carga tributária neste início de ano. Entre eles estão: