Com dez nomes ventilados, direita vai afunilar para 2026
Tendência é que parte dos nomes fique pelo caminho conforme se aproxima a disputa presidencial do ano que vem
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Hoje, pelo menos dez nomes aparecem como possibilidades da direita para disputar o Planalto contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou quem ele indique. O grande volume ocorre pela falta de uma figura centralizadora, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030. A tendência, contudo, é que boa parte desses nomes fique pelo caminho.
Entre os candidatos, o mais certo – e que vai oficializar a pré-candidatura em março – é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Desde o ano passado, o gestor do Estado tem articulado para concorrer à presidência.
Outro que colocou o nome à disposição para o Planalto é o cantor sertanejo Gusttavo Lima (sem partido). Ele, contudo, tem recebido convites de partidos grandes, como o União Brasil de Caiado, para concorrer ao Senado. É possível que, para efetivar uma candidatura à presidência, encontre resistência em grandes siglas.
Com menos barulho, atualmente, o influenciador goiano Pablo Marçal (PRTB) também disse que entraria na disputa. O assunto parece ter esfriado, mas ele segue como pré-candidato ao Executivo Federal.
Mas, além de Caiado, outros governadores estão na lista de possibilidades. O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, defende o gestor do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), para concorrer ao cargo. Em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) já se apresentou como pré-candidato, mas também disse que aceitaria compor.
Pelo PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, pode entrar na disputa. Segundo o membro da executiva do partido, o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Jardel Sebba, o gestor é o nome de Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, ao Executivo.
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Por fim, visto como possível sucessor de Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é uma possibilidade. Ele já disse em outros momentos que disputará a reeleição no Estado, mas a depender do apoio, a situação pode mudar.
Tarcísio é o único, entre os governadores, no primeiro mandato. Caiado, Zema, Ratinho Júnior e Leite encerram suas gestões em 2026.
PL
O ex-presidente Jair Bolsonaro quer disputar o Planalto. Hoje, impedido pela Justiça, ele mantém o discurso de reversão da inelegibilidade para animar os seguidores. Como “plano B”, os nomes dos filhos dele, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), já circularam.
Segundo o próprio presidente, a ideia é lançar os dois, além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL-SP), ao Senado. E os outros filhos, os vereadores Carlos Bolsonaro (RJ) e Jair Renan (SC), à Câmara dos Deputados.
Ainda dentro do PL, um goiano anunciou pré-candidatura. O deputado estadual Paulo Cézar Martins afirmou que conversaria com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, sobre a possibilidade. Porém, mesmo dentro de Goiás ele é não visto como o nome mais conhecido do partido. No Estado, o deputado federal Gustavo Gayer e o vereador por Goiânia Major Vitor Hugo se destacam. Ambos devem disputar o Senado em 2026.
Natural
O professor e cientista político Guilherme Carvalho afirma que no campo da direita, que desafia o atual presidente, é natural ter um número maior de candidatos. “De todos esses nomes, os candidatos que correm pela centro-direita – os governadores, no caso -, se chegassem a um bom termo com o apoio de Bolsonaro, ainda teriam o desafio de se tornarem conhecidos.”
Para ele, essa lista pode não persistir por muito tempo. Segundo o professor, para “bater Lula” é preciso que alguém consiga reunir os elementos de apoio e conhecimento além das fronteiras do próprio Estado, “que é um problema até para o Tarcísio, governador de São Paulo, maior Estado do País”. “Se não for possível congregar todas as forças ao redor [de uma candidatura de consenso ou de maioria], fica difícil derrotar o Palácio do Planalto.”