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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
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De olho em 2026

Com prefeitos do PL na mira, Caiado quer apoio para Daniel Vilela em 2026

Governador de Goiás tem “assediado” prefeitos oferecendo apoio do Executivo estadual em troca de adesão à base governista, enquanto partido tenta resistir para fortalecer Wilder Morais

Postado em 17 de fevereiro de 2025 por Bruno Goulart
Com prefeitos do PL na mira, Caiado quer apoio para Daniel Vilela em 2026
Foto: Governo de Goiás

Bruno Goulart

A política goiana vive um momento de tensão e estratégias cruzadas com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) focado em atrair prefeitos do PL para sua base aliada – o objetivo é projetar o vice-governador Daniel Vilela (MDB) ao Palácio das Esmeraldas em 2026. O PL, no entanto, resiste à pressão, buscando manter sua unidade partidária e fortalecer o senador Wilder Morais, pré-candidato ao governo estadual. Para isso, prefeitos do PL goiano participaram, na última terça-feira (11), de um jantar com a cúpula estadual do partido e o ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília. A mensagem foi clara: “não cedam aos assédios de Caiado”.

O União Brasil, partido do governador, foi a força política que mais elegeu prefeitos nas últimas eleições municipais, com um total de 94 cadeiras ocupadas. O MDB, partido de Daniel Vilela, ocupa a segunda posição, com 47 prefeitos. Já o PL aparece em terceiro lugar, com 27 prefeitos eleitos. Juntos, os partidos governam  168 dos 246 municípios goianos. Isso equivale a 68% das cidades, quantidade significativa que, se migrar para a base governista, fortaleceria consideravelmente a estrutura de Caiado e seus planos para 2026.

Estratégia

A estratégia do governador se baseia em oferecer apoio do Executivo estadual aos prefeitos que aderirem à base governista, garantindo recursos, emendas e facilidades na gestão municipal. Por outro lado, aqueles que permanecerem no PL podem enfrentar dificuldades no repasse de verbas e no atendimento de demandas locais. Nos bastidores, a avaliação é de que a pressão sobre os prefeitos é uma forma de desidratar o PL e enfraquecer Wilder Morais, que busca consolidar sua candidatura ao governo em 2026.

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No entanto, a situação ganhou novos contornos após o jantar do ex-presidente Jair Bolsonaro com integrantes do PL goiano, na última terça-feira (11), em uma churrascaria de Brasília. Na ocasião, Bolsonaro elogiou Wilder Morais e reforçou a importância de os prefeitos permanecerem no partido. O presidente do PL goiano também prometeu prioridade na destinação de emendas parlamentares aos prefeitos da legenga. Além disso, o ex-presidente também afirmou que o PL “tem um projeto para Goiás”, o que foi interpretado por alguns presentes como um endosso à candidatura de Wilder. No entanto, Bolsonaro evitou definir nomes e ressaltou que a prioridade do partido, no momento, é eleger senadores, e não governadores.

Crise

A articulação de Caiado, no entanto, não é o único desafio para o PL goiano. O partido enfrenta uma crise interna após a aproximação de Bolsonaro com o vice-governador Daniel Vilela, ocorrida no final do ano passado. Na época, o ex-presidente recebeu Vilela em Brasília, acompanhado do vereador Vitor Hugo, gerando mal-estar entre os aliados de Wilder. Há especulações de que Bolsonaro possa apoiar Vilela em 2026, o que frustraria os planos do PL e de Wilder Morais.

Para tentar conter a possível migração de prefeitos para a base governista, Wilder e a cúpula do PL têm insistido na tese de que os gestores municipais devem resistir às “chantagens” do governo. A permanência no partido, segundo eles, é essencial para manter o grupo de Wilder forte e competitivo em 2026. No entanto, há receios de que, sem o controle da máquina estadual, o PL possa sofrer uma desidratação ao longo de 2025, perdendo espaço e influência política.

A decisão dos 27 prefeitos do PL será crucial para o futuro político de Goiás. Se migrarem para a base governista, fortalecerão Caiado e Daniel Vilela, consolidando o projeto de reeleição em 2026. Caso contrário, manterão o PL como uma força relevante no estado, fortalecendo Wilder Morais e garantindo ao partido um papel central nas eleições futuras. 

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