A saúde óssea da mulher e os desafios do envelhecimento
Especialista explica a importância da prevenção e tratamentos adequados
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A saúde óssea feminina exige cuidados especiais ao longo da vida. A partir da menopausa, as mulheres enfrentam um declínio significativo na produção de estrogênio, o que resulta na diminuição da densidade óssea e aumento do risco de osteoporose e de dores articulares. Segundo o ortopedista Dr. Messias Gonçalves, especialista em medicina regenerativa, é preciso estar atento à interação entre fatores hormonais, genética e estilo de vida, para prevenir a perda de massa óssea e lesões articulares.
“A perda óssea é um processo gradual, mas ganha intensidade após os 50 anos. A osteoporose atinge cerca de 30% das mulheres nessa faixa etária, e sua consequência mais grave são as fraturas, que acontecem com maior frequência em locais como o quadril, punhos e coluna”, explica Dr. Gonçalves.
O estrogênio tem um papel crucial na preservação da densidade óssea feminina. Durante a menopausa, quando ocorre uma queda significativa desse hormônio, os ossos tornam-se mais frágeis e suscetíveis a fraturas. “Sem a proteção do estrogênio, os ossos ficam mais porosos, o que contribui para o aparecimento de dores articulares crônicas e aumenta o risco de lesões”, esclarece o médico.
Além disso, hábitos de vida pouco saudáveis, como o sedentarismo e a alimentação deficiente em cálcio e vitamina D, podem acelerar o processo de desgaste ósseo. A prática regular de atividades físicas e a adoção de uma dieta balanceada são fundamentais para a manutenção da saúde óssea. “Exercícios de impacto moderado, como caminhada e musculação, ajudam a estimular a formação de massa óssea e a manter a força muscular, o que reduz consideravelmente o risco de quedas e fraturas”, recomenda Dr. Gonçalves.
Exercícios físicos e alimentação
A prática regular de exercícios físicos é uma das estratégias mais eficazes para a prevenção da osteoporose e do desgaste articular. Os exercícios de impacto moderado, como caminhada e corrida leve, estimulam a formação de ossos mais fortes. Já atividades como musculação, pilates e ioga são ideais para fortalecer os músculos e aumentar o equilíbrio, prevenindo lesões.
Dr. Gonçalves ressalta que várias modalidades de exercícios podem beneficiar a saúde óssea e articular. A musculação, por exemplo, com exercícios de resistência como agachamentos e levantamento de peso, fortalece os ossos e melhora a densidade mineral. Já o pilates e a ioga são ótimos para o fortalecimento muscular, equilíbrio e flexibilidade, além de reduzir o impacto sobre as articulações e prevenir quedas. Caminhada e corrida leve, por serem atividades aeróbicas de baixo impacto, também são eficazes para fortalecer os ossos sem sobrecarregar as articulações. A dança, por sua vez, estimula a resistência óssea e melhora a coordenação motora, enquanto a hidroginástica é indicada especialmente para quem já apresenta dores articulares, já que fortalece os músculos sem causar impacto nas articulações.
“É importante combinar diferentes tipos de exercícios, como força, equilíbrio e impacto moderado, para maximizar os benefícios. E, claro, a orientação de um profissional de saúde é essencial para garantir que os exercícios sejam feitos de forma segura, evitando sobrecarga nas articulações”, enfatiza o ortopedista.
A dieta é outro pilar fundamental para garantir a saúde dos ossos e das articulações. Nutrientes essenciais como cálcio, vitamina D e magnésio desempenham papéis cruciais na formação e manutenção óssea. Para fortalecer a saúde óssea, Dr. Gonçalves recomenda algumas mudanças na alimentação:
Alimentos ricos em cálcio: laticínios como leite, queijo e iogurte, vegetais de folhas verdes escuras como couve e espinafre, peixes como sardinha e salmão, além de amêndoas e gergelim, são excelentes fontes de cálcio.
Evitar substâncias que prejudicam a absorção de cálcio: bebidas ricas em cafeína, refrigerantes e alimentos ultraprocessados, que contêm altos níveis de sódio, podem comprometer a absorção de cálcio e de outros minerais importantes para os ossos.
Alternativas Terapêuticas
Para aquelas que já apresentam sinais de desgaste ósseo ou articular, a medicina oferece opções além dos analgésicos convencionais. O tratamento de viscossuplementação, por exemplo, é uma alternativa eficaz para casos de artrose, envolvendo a aplicação de ácido hialurônico nas articulações, proporcionando alívio da dor e melhorando a mobilidade.
Além disso, terapias regenerativas, que utilizam fatores de crescimento e células-tronco, estão ganhando destaque como tratamentos inovadores para regenerar a cartilagem e minimizar o processo inflamatório, proporcionando benefícios a longo prazo.
“A mesoterapia também tem se mostrado eficaz. Ela consiste na aplicação de microinjeções de medicamentos diretamente na região afetada, o que garante uma ação mais rápida e eficaz, sem os efeitos colaterais dos anti-inflamatórios convencionais”, afirma o Dr. Gonçalves.
Com o acompanhamento médico adequado, é possível manter a saúde óssea e articular em dia, prevenindo fraturas e dores. A realização de exames de densitometria óssea, juntamente com mudanças no estilo de vida, como a prática regular de exercícios, uma dieta balanceada e a suplementação de nutrientes essenciais, formam um conjunto de estratégias eficazes para prevenir a osteoporose e o desgaste articular.
“A osteoporose e as lesões articulares não precisam ser encaradas como inevitáveis com o envelhecimento. Com as orientações corretas e uma abordagem integrada, as mulheres podem manter sua qualidade de vida, autonomia e mobilidade por muitos anos”, conclui o Dr. Messias Gonçalves.