Minha Casa Minha Vida possui apenas 1.270 imóveis em Goiânia
Programa Minha Casa Minha Vida apresenta crescimento em Goiás, mas ainda fica muito abaixo de outros estados

O mercado imobiliário de Goiás apresentou crescimento significativo em 2024, impulsionado pela elevação do teto de preço dos imóveis financiados pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Entretanto, apesar da expansão, o estado ainda está aquém de outras regiões brasileiras quando se trata da oferta de unidades habitacionais pelo programa federal.
Segundo dados da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), o volume de unidades lançadas praticamente dobrou em relação ao ano anterior, saltando de 1.936 para 3.704 apartamentos enquadrados nas unidades habitacionais. O crescimento também refletiu nas vendas, que passaram de 1.482 para 3.020 unidades, um aumento superior a 100%.
Apesar desses números positivos, Goiânia ainda não se consolidou como um grande polo de empreendimentos do MCMV. A capital possui apenas 1.270 unidades do programa, correspondendo a cerca de 12% do estoque total de imóveis disponíveis.
Em comparação, a cidade fica muito abaixo de metrópoles como São Paulo, onde as unidades representam até 50% do mercado imobiliário. Segundo especialistas, uma das principais barreiras para essa expansão é a legislação municipal, que impõe entraves ao desenvolvimento de novos projetos voltados à habitação social.
Já Aparecida de Goiânia conta atualmente com apenas 475 apartamentos pelo programa, o que representa apenas 4,6% do total de 10.305 imóveis em estoque.
Desde sua criação, em 2009, o programa entregou cerca de 7,7 milhões de novas unidades habitacionais em todo o Brasil. Em 2023, contratou mais de 460 mil unidades, superando a previsão inicial de 375 mil. A meta para 2026 é atingir dois milhões de moradias financiadas.
Até o fim de 2024, Goiás acumulava 82.833 contratações de unidades habitacionais desde a retomada do MCMV em 2023. O estado teve contratações em 240 dos 246 municípios goianos, sendo Goiânia a cidade com o maior número de contratos (14.220), seguida por Águas Lindas de Goiás (9.200), Valparaíso de Goiás (6.936), Aparecida de Goiânia (5.892) e Luziânia (5.712).
A maior parte das contratações no estado foi realizada pela modalidade Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), destinada a famílias com renda mensal bruta de até R$ 8 mil. Ao todo, foram feitas 73.691 contratações nessa categoria.
De acordo com o ministro das Cidades, Jader Filho, o programa tem sido fundamental para o desenvolvimento do setor imobiliário e para a geração de empregos. “Nós avançamos muito no programa que, além de realizar o sonho da casa própria, gera emprego, renda e desenvolve o país”, afirmou.
Para as famílias beneficiadas, o MCMV se tornou um divisor de águas. Vinicius Correia, 33 anos, casado e pai de quatro filhos, conseguiu adquirir sua casa em 2014. “O Minha Casa Minha Vida foi uma política muito boa de habitação. Em 2013, iniciamos o processo de documentação e encontramos uma casa dentro do orçamento. O governo ainda deu um subsídio de R$ 10 mil para abater no valor da casa, o que foi essencial, pois, na época, eu não estava trabalhando, e todo o processo foi feito com base na renda de uma só pessoa”, contou.
Além disso, Correia destaca a condição acessível do financiamento. “A prestação é barata, cabe no orçamento e ainda vem reduzindo um real por mês. Já tem 12 anos que moramos na casa, e a taxa de juros é de apenas 4,5% ao ano, o que é praticamente impossível de encontrar hoje na Caixa ou em qualquer outro banco”, concluiu.