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domingo, 21 de dezembro de 2025
estabilidade financeira

As prioridades das mulheres no mercado de trabalho

Pesquisa revela como as mulheres brasileiras estão reconfigurando suas metas profissionais e enfrentando desafios de uma realidade corporativa ainda longe da equidade

Luana Avelarpor Luana Avelar em 10 de março de 2025
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Em um cenário de constantes transformações no mercado de trabalho, as mulheres brasileiras definem claramente suas prioridades quando o assunto é carreira profissional. Uma pesquisa conduzida pela Todas Group e pela Nexus, realizada entre 24 e 26 de fevereiro com 1.203 mulheres de grandes empresas e multinacionais, revela as expectativas femininas para os próximos anos e os desafios enfrentados na busca por seus objetivos.

O estudo apontou que 27% das entrevistadas colocaram a estabilidade profissional e a segurança financeira como suas principais metas para os próximos quatro anos. Para elas, garantir um futuro financeiro estável e não enfrentar dificuldades econômicas são as prioridades mais urgentes.
Em um mercado de trabalho ainda marcado pela insegurança e mudanças constantes, a estabilidade tornou-se uma necessidade crucial. A crise econômica e as transformações causadas pela pandemia impactaram especialmente as mulheres em cargos informais e de menor hierarquia, ampliando a busca por uma segurança que ainda parece distante para muitas.

Na sequência, 17% das participantes destacaram o desejo de reconhecimento e promoção profissional como uma aspiração importante para o crescimento no mercado corporativo. Além disso, 15% das entrevistadas expressaram o interesse em desenvolver habilidades de liderança e avançar na gestão.

Outro aspecto relevante da pesquisa é o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, com 13% das mulheres desejando alcançar essa harmonia. No entanto, a conciliação das múltiplas responsabilidades, como cuidados com a família, a casa e a vida profissional, continua sendo um grande desafio. Criar o próprio negócio ou trabalhar de forma independente foi a escolha de 9% das participantes, que buscam mais flexibilidade e autonomia. O mesmo percentual (9%) revelou o desejo de desacelerar o ritmo de trabalho, sem abandonar o mercado, refletindo um novo momento vivido por mulheres de diferentes faixas etárias, que buscam equilibrar as demandas profissionais com suas necessidades pessoais e de bem-estar.

Ainda, 8% indicaram interesse em mudar de área ou se reinventar profissionalmente, enquanto 2% disseram querer trabalhar em empresas que priorizem a diversidade e a inclusão.

O perfil etário das entrevistadas também foi analisado. Entre as mulheres de 18 a 25 anos, a principal prioridade é ser promovida e reconhecida no trabalho (27%), seguida pela estabilidade financeira (25%). Já entre as mulheres de 51 anos ou mais, a maior preocupação é com a desaceleração do ritmo de trabalho, com 21% das respostas, ficando atrás apenas da busca por estabilidade profissional (28%).

A maternidade, por sua vez, exerce um impacto significativo nas prioridades profissionais das mulheres. Entre as mães, o desejo de reconhecimento no trabalho é menor (13%) em comparação com as mulheres sem filhos (22%). Isso evidencia como a chegada dos filhos pode afetar diretamente as ambições e as escolhas de carreira, uma vez que muitas enfrentam desafios adicionais para conciliar a vida familiar com as exigências do mercado.

Em relação às mudanças nas empresas, a pesquisa indicou que, embora haja avanços, muitas mulheres consideram que as transformações ainda são insuficientes. 54% acreditam que as empresas estão progredindo em aspectos como equidade de gênero, benefícios relacionados à maternidade, igualdade salarial e combate ao assédio. Contudo, 44% consideram que as mudanças não são significativas, e 33% afirmam que, embora existam transformações, elas ainda não impactam a realidade da maioria das mulheres.

Apenas 10% das entrevistadas consideram que houve evolução no campo da equidade de gênero nas empresas, refletindo a lentidão e a superficialidade das transformações no mundo corporativo, um desafio que persiste devido às desigualdades estruturais ainda presentes nas organizações.

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