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quarta-feira, 12 de março de 2025
Escala 6x1

Menos horas, mais vida: brasileiros querem redução da jornada de trabalho

Pesquisa revela que maioria apoia carga horária menor, enquanto debate sobre impacto econômico divide opiniões

Postado em 11 de março de 2025 por Luana Avelar
Foto: StarSe
Foto: StarSe

Uma pesquisa da Nexus, divulgada nesta terça-feira (11), aponta que 65% dos brasileiros defendem a redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais. O apoio é ainda maior entre os jovens de 16 a 24 anos, atingindo 76%. Os dados também indicam que 66% dos trabalhadores empregados e 73% dos desempregados são favoráveis à mudança, reforçando a expectativa de que a medida poderia impulsionar novas oportunidades no mercado.

A pesquisa mostra que a redução da carga horária teria impacto direto na vida pessoal dos brasileiros. Metade dos entrevistados afirma que dedicaria mais tempo à família, enquanto 29% das mulheres priorizariam o cuidado com a própria saúde. Além disso, 47% da população vê na medida uma chance de fortalecer laços familiares, 25% a consideram benéfica para o bem-estar físico e 22% aproveitariam a folga extra para buscar renda complementar.

O debate sobre os impactos econômicos da medida divide opiniões. Para 55% dos entrevistados, uma jornada menor aumentaria a produtividade, enquanto 20% acreditam no efeito oposto. Já a perspectiva para as empresas também se mostra equilibrada: 35% dos brasileiros avaliam que seriam beneficiadas, ao passo que 33% temem prejuízos financeiros.

Exemplos internacionais apontam que uma carga horária reduzida não necessariamente compromete a economia. Na França, a jornada semanal máxima é de 36 horas, com algumas cidades registrando média de 29 horas trabalhadas, sem perda de produtividade. No Japão, a Microsoft implementou uma semana de quatro dias e registrou um aumento de 40% no faturamento por funcionário, desmistificando a ideia de que menos trabalho significa menor rendimento.

Paralelamente, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei para acabar com o modelo de escala 6×1, no qual o trabalhador atua seis dias e tem apenas um de descanso. A proposta, protocolada em fevereiro deste ano, sugere a redução da jornada para 36 horas semanais sem corte salarial, um movimento que pode reconfigurar o mercado de trabalho no Brasil.

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