Sem prioridade, Câmara dos Deputados cancela a votação do Orçamento 2025
Com a aprovação do plano apresentado pelos parlamentares para intensificar a transparência das emendas, se esperava uma maior celeridade na votação

A discussão e a votação do relatório final da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 foram canceladas pela Câmara dos Deputados. Sem aviso prévio ou justificativa, na agenda da câmara baixa, na última segunda-feira (10), consta como “cancelada” a pauta que estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro deste ano. Ela estava marcada para esta terça-feira (11). Isso significa que o atual regime de gastos públicos continua sendo o cumprimento de despesas essenciais e obrigatórias.
Com a aprovação do plano apresentado pelos parlamentares para intensificar a transparência e a rastreabilidade das emendas, se esperava uma maior celeridade em votar a LOA 2025. Uma vez que, motivado por uma ação do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, bloqueou parte significativa dos recursos destinados para os deputados e senadores. De forma mais precisa, à época da acolhida, o ministro bloqueou imediatamente o pagamento específico de 5.449 emendas de comissão.
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Na ocasião, a interpretação que se seguiu foi: uma ação dos governistas para tentar diminuir o poder do parlamento, como um todo, sobre o Orçamento. Com isso, congressistas articularam para não aprovar o LOA de 2025. Assim, limitando, momentaneamente, o poder do Executivo sobre os gastos. A aprovação do orçamento é de máxima relevância para o Executivo, porque se relaciona com a execução dos planos do governo, que passam pela possibilidade dos gastos não-essenciais ou não-obrigatórios.
Os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados chegaram a se manifestar apontando que as emendas são prerrogativas dos parlamentares. Após longo conflito velado entre Poderes, houve um acordo que permitiu a liberação das emendas, nesta quarta-feira (5). No qual, posteriormente Hugo Motta (Republicanos) disse que a solução para a execução das emendas é resultado dos esforços do Legislativo em dialogar com os demais Poderes. “É também um reconhecimento das prerrogativas dos parlamentares”, afirmou o presidente nas suas redes sociais. Davi Alcolumbre (União Brasil) chegou a elogiar o diálogo. Segundo ele, as conversas entre as instituições representaram um esforço conjunto da Câmara e do Senado e sempre prezaram por respeitar as prerrogativas dos parlamentares e por cumprir um dever institucional.
De acordo com o projeto que ainda não foi votado, estima que a receita da União, para o exercício financeiro de 2025, será de “R$ 5.866.467.075.494,00 (cinco trilhões oitocentos e sessenta e seis bilhões quatrocentos e sessenta e sete milhões setenta e cinco mil quatrocentos e noventa e quatro reais) e fixa a despesa em igual valor, compreendidos, nos termos do disposto no art. 165, § 5º, da Constituição”.
O novo orçamento prevê algumas consequências aos entes envolvidos, como: para o governo federal, haverá a necessidade de gerenciar e executar o orçamento conforme as diretrizes estabelecidas, garantindo a alocação eficiente dos recursos públicos; e para os órgãos públicos e entidades federais, a proposta define os limites de despesas e receitas, impactando diretamente suas operações e projetos.
Além disso, para a população, a execução do orçamento pode influenciar a qualidade e a disponibilidade de serviços públicos, como saúde, educação e segurança; para as empresas estatais, o orçamento de investimentos permitirá a realização de projetos que podem impulsionar o desenvolvimento econômico e social; e, por fim, para o Congresso Nacional, a aprovação do projeto exigirá análise detalhada e possíveis ajustes para garantir o equilíbrio fiscal e atender às prioridades nacionais.