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sexta-feira, 14 de março de 2025
Entre lucro e destruição

Novos poços de petróleo na Amazônia dividem governo e ambientalistas

Ailton Krenak critica expansão da exploração, enquanto Petrobras e Lula defendem impacto econômico e energético

Postado em 13 de março de 2025 por Luana Avelar
Foto: Instagram
Foto: Instagram

A ampliação da exploração de petróleo no Brasil gerou um debate entre ambientalistas, governo e especialistas. No evento “Clima, Raça e Poder”, realizado no Sesc Pinheiros, em São Paulo, o escritor e ativista indígena Ailton Krenak classificou como “inconcebível” a abertura de novos poços. Segundo ele, a insistência nesse modelo econômico é um retrocesso ambiental em um momento crítico da crise climática global. “Chega a ser escandaloso que alguém pense em abrir mais um poço de petróleo”, afirmou.

O posicionamento de Krenak faz referência ao impasse sobre a exploração da Bacia da Foz do Amazonas, cujo licenciamento ambiental está sendo reavaliado pelo Ibama. Em maio de 2023, o órgão emitiu parecer contrário ao projeto, citando riscos à biodiversidade marinha e aos povos tradicionais da região. No entanto, a Petrobras argumenta ter cumprido todas as exigências ambientais, incluindo a construção de dois Centros de Reabilitação e Despetrolização de Fauna, localizados no Pará e no Amapá.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu publicamente a liberação da exploração, afirmando que a Petrobras adotará medidas para evitar impactos ambientais. Em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá, Lula destacou que o petróleo extraído da região será importante para financiar a transição energética do país, reduzindo a dependência externa do recurso. Sem essa produção, segundo a estatal, o Brasil precisará voltar a importar petróleo dentro de uma década.

A posição do governo, no entanto, enfrenta resistência. A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente alertou que pressões políticas sobre o Ibama podem comprometer a governança ambiental e gerar danos irreversíveis. A entidade também destacou a contradição entre a exploração de combustíveis fósseis e o fato de o Brasil sediar a COP-30, conferência climática global que visa discutir medidas para reduzir a crise ambiental.

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