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terça-feira, 18 de março de 2025
Poderes

Relação de Mabel com Câmara ainda não foi testada

Prefeito de Goiânia não teve projetos de desgaste na Casa de Lei

Postado em 17 de março de 2025 por Francisco Costa
Mabel foto reprodução
Mabel foto reprodução

O prefeito Sandro Mabel (União Brasil) goza de ampla maioria na Câmara dos Vereadores de Goiânia. Hoje, ele teria como oposição os três vereadores do PT (Fabrício Rosa, Edward Madureira e Kátia Maria), Aava Santiago (PSDB) e parte do PL. Ainda assim, ele só terá a real dessa base quando um projeto de desgaste chegar ao Parlamento.

Até o momento, única pauta de interesse da prefeitura de Goiânia foi a ampliação do prazo para adesão ao Programa de Recuperação de Créditos Tributários, Fiscais e Não Tributários (Refis). Medida benéfica, o projeto que estende o Refis, antes 28 de fevereiro, para 21 de março – e depois 30 de abril, por meio de emenda na Comissão de Constituição e Justiça -, não gera nenhum dissabor aos vereadores.

Mais polêmico, a taxa do lixo, que ainda não passou a valer, foi aprovada e sancionada na gestão passada, do então prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Impopular, a medida teve resistência dos vereadores, mas passou no fim do ano passado – atendendo a pedidos de Mabel, mas não na gestão dele. Ainda assim, uma indisposição com o atual chefe do Executivo da capital.

Uma fonte na Câmara consultada pelo Jornal O HOJE afirma que a relação pública não reflete a privada. “Nos bastidores, existem reclamações”, preferiu não detalhar os insatisfeitos.

Vereador da oposição

O vereador Fabrício Rosa confirmou que, de fato, existe uma insatisfação nos bastidores. Segundo ele, colegas da base reclamam da falta de participação para a construção de políticas para a cidade. “Sinto que há um constrangimento, com vereadores se sentindo desprestigiados.” Para ele, a base real do prefeito é menor do aparenta. “Não conseguiu oferecer cargos e nem dar visibilidade a muitos que estão aqui.”

Um dos desgastes do prefeito com vereadores, como mencionado, é o não atendimento das demandas por cargos no Executivo, além dos cortes na estrutura da Comurg (redução de gerências e comissionados). Na última semana, ele se reuniu com 29 vereadores da base para tratar de um plano de recuperação da companhia com repasse de R$ 190 milhões à empresa. Conforme Fabrício, o clima tenso ficou claro na reunião, apesar de Mabel ter minimizado, mas admitido “ruídos”.

Leia mais: A controvérsia em torno da ausência de Mabel na prestação de contas à Câmara

Para alguns legisladores, é preciso que a medida passe pela Câmara, mas a prefeitura defende a instrução do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Conforme o TCM, a Comurg é uma empresa dependente da gestão municipal e a gestão poderia garantir o orçamento.

Desgastes com a população

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, já enfrentou alguns desgastes com a população, o que, obviamente, não ajuda com os vereadores – que são os representantes do povo. No fim de fevereiro, ele conseguiu uma repercussão negativa ao se irritar com as reclamações de um funcionário do Cais Novo Mundo.

O servidor criticava a estrutura da unidade e Mabel disse: “Entenda que está melhorando, bicho, queremos melhorar.” O servidor, por sua vez, diz que “não é dessa forma”, no que o prefeito rebate: “Mas não é dessa forma que você fala também.” Logo depois, o gestor pede que o homem seja retirado do local.

Sindicatos da saúde se manifestaram após a situação. Criticaram a posição de Mabel e sua equipe, alegando que culpabiliza servidores por problemas estruturais. “Não querem trabalhar”, “não têm compromisso” e ameaças de demissão foram posturas citadas. “Trata-se de uma clara tentativa de responsabilizar os servidores pelos sucessivos erros administrativos que se perpetuam na gestão municipal”, diz trecho da nota. “Em vez de ouvir e dialogar, o prefeito expulsou o trabalhador que apenas tentava expor as dificuldades enfrentadas no dia a dia.”

Não foi a primeira medida que gerou repercussão – tanto positiva, quanto negativa. Em 23 de fevereiro, Mabel publicou nas redes sociais um vídeo em que faz cobranças sobre o lixo em tom de ameaça a um comerciante de uma distribuidora de bebidas. Houve quem dissesse que o gestor humilhou o trabalhador. O prefeito minimizou as repercussões contrárias.

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