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quarta-feira, 19 de março de 2025
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Saúde

Fitoterápicos podem ajudar ou prejudicar os rins?

Especialista alerta para os riscos do uso de medicamentos naturais sem orientação médica

Postado em 19 de março de 2025 por Luana Avelar
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Durante a campanha Março Vermelho, dedicada à conscientização sobre o combate e a prevenção do câncer renal, especialistas alertam para os riscos e benefícios do uso de fitoterápicos na saúde dos rins. O uso inadequado de medicamentos naturais pode causar complicações sérias, reforçando a importância da orientação médica antes de iniciar qualquer tratamento.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, uma em cada 10 pessoas no Brasil tem algum grau de doença renal, sendo que muitas só descobrem o problema em estágios avançados. O uso incorreto de medicamentos, incluindo fitoterápicos, pode agravar essas condições, tornando essencial a conscientização sobre o que realmente faz bem para o sistema renal.

A fitoterapia, que consiste no uso de plantas medicinais para tratar e prevenir doenças, tem se tornado cada vez mais popular no Brasil como alternativa ou complemento aos tratamentos convencionais. Algumas plantas, como a cavalinha e o dente-de-leão, são conhecidas por suas propriedades diuréticas e pela capacidade de auxiliar na eliminação de toxinas. Uma revisão científica apontou que, em 11 dos 12 estudos analisados, os fitoterápicos conseguiram prevenir ou melhorar lesões renais. No entanto, o uso inadequado desses produtos pode ter o efeito contrário e sobrecarregar os rins.

A farmacêutica Nathania Santiago destaca que o uso indiscriminado de fitoterápicos pode levar a complicações sérias. “Muitos produtos naturais podem conter substâncias tóxicas para os rins ou interagir negativamente com outros medicamentos”, explica. Um exemplo é o ácido aristolóquico, presente em algumas plantas da família Aristolochiaceae, que tem sido associado a lesões renais graves e até ao desenvolvimento de câncer do trato urinário.

O problema da automedicação, tanto com medicamentos alopáticos quanto com fitoterápicos, está no desconhecimento sobre os efeitos colaterais e possíveis interações com outros compostos. A crença de que produtos naturais são sempre seguros pode levar a danos à saúde. Além disso, o consumo excessivo de líquidos, embora muitas vezes visto como benéfico para os rins, pode sobrecarregar o sistema renal em algumas condições.

Nathania reforça a importância de reconhecer sinais que podem indicar problemas renais, como inchaço, alterações na urina, fadiga e hipertensão. Diante desses sintomas, a orientação de um profissional de saúde é essencial para diagnosticar corretamente o problema e indicar o tratamento adequado.

Para manter a saúde renal em dia, a farmacêutica orienta que é importante evitar a automedicação, manter um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e prática regular de atividades físicas, além de realizar exames periódicos para a detecção precoce de possíveis problemas. “O uso de fitoterápicos deve ser complementar e nunca substituir as terapias convencionais sem orientação médica”, conclui Nathania.

 

 

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