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quinta-feira, 20 de março de 2025
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Futuro político

“Respeito”, diz Marconi sobre rompimento com Cidadania

Ex-governador repercutiu decisão do partido que decretou fim da federação com PSDB. Tucanos buscam fusão

Postado em 20 de março de 2025 por Felipe Cardoso
Marconi Perillo Foto Reprodução
Marconi Perillo Foto Reprodução

O Diretório Nacional do Cidadania decidiu, por unanimidade, finalizar a federação com o PSDB. A posição, que foi divulgada no último final de semana, ocorre em meio à corrida que os tucanos travam para se fundir com outra sigla. Ao O HOJE, o ex-governador e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, disse respeitar a vontade da legenda federada.

“O PSDB respeita a decisão do Cidadania, com quem sempre tivemos uma relação democrática. Nós estamos discutindo com diversos partidos uma forma de construir uma alternativa aos extremos que está fazendo tanto mal ao Brasil. Todos os partidos nos procuraram, exceto justamente os que representam os extremos, e vamos apresentar muito em breve ao Brasil um caminho seguro para fazer as mudanças que o país precisa.”

Mas o fim da federação não é imediato. A decisão da Executiva Nacional é não renovar, no próximo ano, a união entre os partidos, juntos desde as eleições de 2022. “A federação é passado; vamos em frente, retomando o protagonismo de nossa identidade, que deve apontar para onde o Cidadania pretende caminhar”, disse o presidente nacional Comte Bittencourt. Ainda conforme a publicação,

Ainda conforme o presidente da legenda, será preciso ter “sabedoria, tranquilidade e equilíbrio para chegarmos à maturidade, entre nós, do que devemos fazer com vistas às eleições de 2026, decidir se vamos disputar sozinhos ou se nos federamos com outros partidos do campo democrático”. Ele também disse que o partido precisa se fortalecer e investir na vida orgânica nos estados, além de debater, “com nossas diferenças, mas com respeito e companheirismo”.

O partido deverá cumprir os prazos legais para ruptura para não sofrer punições. Conforme apurado, um dos motivos é que o Cidadania não tem interesse em ficar na oposição ao presidente Lula (PT).

Ex-presidente estadual do Cidadania e membro do partido, Gilvane Felipe afirma que a experiência com o PSDB não foi boa. Segundo ele, começam agora as conversas por uma aproximação ou não do governo. “Sobre o PSDB, esperávamos que, nesse convívio, surgisse uma proximidade e, quem sabe, uma fusão. Mas não foi isso que aconteceu. O PSDB tem perdido seus posicionamentos, sem saber se colocar diante de questões nacionais e, muitas vezes, estaduais.”

Ele afirmou, ainda, que o partido tucano tentou impor esses posicionamentos ao Cidadania, que, por força da federação, acabou tendo que acatar. Questionado se a busca do PSDB por outras legendas para fusão influencia, ele diz que não, pois a legenda já tinha decidido por se separar antes mesmo das eleições passadas.

Leia mais: PSDB pode dificultar fusão por lutar pela permanência de identidade

“Para mim, a grande questão é qual caminho o Cidadania deve seguir agora. Eu defendo uma linha de centro-esquerda, se aproximando de legendas como PSB, PDT, Solidariedade, Rede e PV. Quem sabe até tentar desenvolver federações que levantem as bandeiras de centro-esquerda.”

PSDB

O PSDB parece não se importar com o Cidadania. De fato, o partido tem tentado se fundir a outras siglas. O PSD e o MDB já estiveram na mesa. Hoje, contudo, parece que o Podemos ou o Republicanos são as principais chances. À imprensa nacional, Marconi disse haver uma “boa chance de vingar com o Podemos”, porque as conversas estão convergentes. “Somos mais ou menos do mesmo tamanho e essa possível fusão nos daria o corpo e daria mais segurança também”.

Na última semana, o PSDB também se reuniu com o Republicanos para tratar do assunto. Marconi, que estava em viagem, não participou, mas afirmou que a reunião foi boa.

Sobre o PSD, o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, disse não haver pacificação interna. As conversas também ocorreram – e não avançaram – com Solidariedade, PDT e MDB, como mencionado.

Hoje, os tucanos ocupam 13 cadeiras na Câmara dos Deputados e três no Senado. Os números registram queda em relação às últimas eleições. 

Federações

Sobre as federações, elas devem ser formadas por dois ou mais partidos que se juntam para atuar como um só. Elas são submetidas às mesmas regras que são aplicadas aos partidos políticos.

Por isso, elas podem formar coligações com outras legendas para cargos majoritários, por exemplo. Neste ano, em Goiânia, a federação do PT, PCdoB e PV se coligou com o PSB e também com outros federados, o PSOL e a Rede.

As federações existem desde 2021, quando foram aprovadas por uma reforma eleitoral do Congresso Nacional. A atuação, contudo, passou a valer em 2022.

E se alguém sair?

Caso haja o desligamento de uma legenda da federação antes do prazo, ela continua a existir, desde que sobrem, pelo menos, dois partidos. Aquele que saiu terá como punições: proibição da utilização do fundo partidário até a data fim da federação e não fazer coligação pelas próximas duas eleições.

Fusão e incorporação

A fusão ocorre quando dois ou mais partidos já existentes se unem e formam um novo. Em 2022, por exemplo, o PSL e o DEM se fundiram e formaram o União Brasil. No ano passado, PTB e Patriota deram origem ao PRD.

Já a incorporação ocorre quando uma legenda é absorvida pela outra. Em 2023, o Pros foi incorporado pelo Solidariedade, enquanto naquele mesmo ano, o PSC foi pelo Podemos.

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