Se você já sentiu um cansaço extremo que não melhora nem com descanso, pode ser um sinal de alerta. A síndrome de burnout tem se tornado cada vez mais comum no Brasil, atingindo principalmente profissionais que lidam com pressão constante no trabalho.

A síndrome de burnout é um distúrbio psicológico causado pelo estresse crônico no ambiente de trabalho. A condição pode levar à exaustão física, emocional e mental, afetando diretamente a qualidade de vida e o desempenho profissional. Profissionais da saúde, educação e segurança pública estão entre os mais afetados, mas qualquer pessoa submetida a altas demandas pode desenvolver o problema.

De acordo com a psicóloga e psicanalista Araceli Albino, presidente do Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo (SINPESP), o burnout pode ser confundido com cansaço comum, mas tem características próprias. “A diferença está na intensidade e na persistência dos sintomas. O profissional sente que está no limite, incapaz de cumprir tarefas que antes realizava com facilidade”, explica.

Principais sintomas do burnout

Os sinais da síndrome de burnout podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:

• Cansaço extremo: mesmo após períodos de descanso, a fadiga persiste.
• Dificuldade de concentração: lapsos de memória e dificuldade em manter o foco.
• Alterações no humor: irritabilidade, impaciência e sentimentos de frustração.
• Problemas de sono: insônia ou sono excessivo.
• Desmotivação: perda do interesse em atividades profissionais e pessoais.
• Isolamento social: afastamento de colegas, amigos e familiares.
• Dores físicas: dores de cabeça, problemas gastrointestinais e tensão muscular.

Segundo Araceli, a identificação precoce desses sintomas é fundamental para evitar complicações mais graves, como transtornos de ansiedade e depressão.

Como prevenir e tratar o burnout?

O diagnóstico do burnout deve ser feito por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra. O tratamento pode envolver:

• Psicoterapia: ajuda o paciente a desenvolver estratégias para lidar com o estresse.
• Mudanças na rotina: estabelecer horários de trabalho mais equilibrados e praticar atividades de lazer.
• Atividade física: exercícios regulares ajudam a reduzir os níveis de estresse.
• Medicamentos: em alguns casos, o uso de antidepressivos pode ser recomendado.

Araceli Albino ressalta que a prevenção é tão importante quanto o tratamento. “O primeiro passo é reconhecer os limites e não se sobrecarregar. Criar uma rotina equilibrada e buscar apoio profissional são essenciais para evitar o esgotamento”, afirma.

O burnout no Brasil em 2025

Uma pesquisa da consultoria WTW, ​sigla que se refere à empresa Willis Towers Watson, uma consultoria global que oferece soluções baseadas em análises de dados nas áreas de pessoas, riscos e capital, realizada em fevereiro de 2025, revelou que 23% dos trabalhadores brasileiros apresentam altos níveis de estresse no trabalho. O levantamento aponta que profissionais que sofrem com burnout têm quase três vezes mais chances de desenvolver problemas emocionais, como ansiedade e depressão.

Diante desse cenário, especialistas alertam para a importância de ações preventivas dentro das empresas e da conscientização dos trabalhadores sobre os sinais de burnout. Buscar ajuda profissional e adotar hábitos saudáveis são passos fundamentais para evitar que o esgotamento comprometa a saúde e a carreira.

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