Alopecia feminina: as causas por trás da queda de cabelo
O tratamento da alopecia feminina geralmente envolve o uso de medicamentos como finasterida e minoxidil

A alopecia feminina é uma condição caracterizada pela queda de cabelo no couro cabeludo ou pela perda de pelos em outras áreas do corpo, como cílios, sobrancelhas e pelos pubianos. Existem diferentes formas dessa condição, como a alopecia androgênica, a alopecia areata e o eflúvio telógeno, cada uma com suas particularidades quanto aos sintomas e causas. Entre os fatores envolvidos estão estresse, alterações hormonais e doenças autoimunes.
A principal causa da alopecia feminina está relacionada à ação do hormônio diidrotestosterona (DHT), que afeta os folículos capilares, levando à miniaturização dos fios e, eventualmente, à interrupção do seu crescimento. Nos homens, a queda de cabelo se manifesta principalmente nas áreas das “entradas” e no topo da cabeça, podendo evoluir para uma calvície completa. Já nas mulheres, a perda de cabelo tende a ser mais disseminada, geralmente com um alargamento da risca central, sem chegar a formar áreas totalmente calvas.
A predisposição genética para a alopecia pode ser herdada de ambos os lados da família, e fatores como o tabagismo e a exposição excessiva ao sol podem piorar a condição. Embora tanto homens quanto mulheres possam ser afetados, a alopecia androgenética é mais prevalente nos homens devido aos níveis mais altos de hormônios masculinos. Nas mulheres, embora a queda de cabelo ocorra, raramente chega a resultar em perda total de cabelo.
Embora a condição seja mais comum no couro cabeludo, a alopecia feminina pode afetar qualquer região do corpo onde existam pelos, como os cílios, as sobrancelhas, os pelos do nariz e os pubianos. O diagnóstico é feito por dermatologistas, que realizam uma avaliação clínica detalhada, considerando o histórico médico da paciente e realizando exames físicos. Em alguns casos, para confirmar o diagnóstico, o médico pode aplicar o teste de tração, coletar amostras de fios de cabelo ou até realizar uma biópsia do couro cabeludo, com o intuito de identificar as causas da alopecia feminina.
Tipos de alopecia feminina
A alopecia feminina pode se manifestar de diferentes formas, e os tipos mais comuns incluem a alopecia androgenética, a alopecia areata, o eflúvio telógeno e a alopecia cicatricial. A alopecia androgenética, também conhecida como alopecia de padrão feminino, é caracterizada pelo afinamento e pela redução da densidade dos fios de cabelo, principalmente nas áreas superior, central e frontal do couro cabeludo. Essa condição é mais frequente em mulheres brancas e pode surgir em qualquer fase após a puberdade.
Já a alopecia areata feminina é uma condição crônica que pode ocorrer em qualquer momento da vida, sendo mais comum entre os 5 e 20 anos. A queda de cabelo se dá em áreas redondas ou bem definidas, formando placas sem fios de cabelo, e em casos mais graves, pode levar à perda total do cabelo. Embora afete principalmente o couro cabeludo, também pode atingir outras áreas, como sobrancelhas, cílios, pelos do corpo, axilas e região pubiana.
O eflúvio telógeno, por sua vez, é uma das causas mais recorrentes de alopecia feminina e se caracteriza pela queda excessiva de cabelo que começa cerca de três meses após a exposição a fatores desencadeantes, como estresse ou alterações hormonais. A queda de cabelo dura, em média, cerca de seis meses, com perda inferior a 50% dos fios, e a recuperação depende da causa subjacente e do ciclo de crescimento capilar. Além da queda, o afinamento dos fios também é um sintoma comum.
A alopecia cicatricial, por sua vez, envolve a destruição permanente dos folículos pilosos, que são substituídos por tecido cicatricial conforme a doença avança, resultando em perda irreversível de cabelo. Outro tipo é a alopecia por tração, que ocorre devido ao uso frequente de penteados muito apertados, como tranças e rabos de cavalo, que podem danificar o cabelo e os folículos, levando à queda.
Tratamento
O tratamento da alopecia feminina geralmente envolve o uso de medicamentos como finasterida e minoxidil, que ajudam a retardar a progressão da perda de cabelo e a estimular o crescimento capilar. No entanto, esses medicamentos podem causar efeitos colaterais, como o aumento de pelos corporais, inchaço e, em alguns casos, alterações na libido e na função sexual.
Em casos mais avançados, o transplante capilar pode ser uma alternativa, mas é importante que seja combinado com o uso contínuo de medicamentos para garantir a manutenção dos resultados. A única forma de evitar a progressão da doença e a calvície é realizar o tratamento com medicamentos orais ou tópicos regularmente, além de tratamentos realizados em consultório, que ajudam a manter os folículos capilares ativos, aumentando a quantidade e o volume dos fios.
Procedimentos como o uso de laser, terapia regenerativa e a eletroporação de medicamentos diretamente no couro cabeludo têm se mostrado eficazes, acelerando a recuperação dos fios. Muitas vezes, os pacientes chegam ao consultório acreditando que precisam de um implante capilar, mas é possível reverter o quadro com esses tratamentos. O tratamento domiciliar, no entanto, deve ser contínuo, pois, se o uso dos medicamentos for interrompido, os resultados podem desaparecer em poucos meses.
Embora existam poucos lasers comprovadamente eficazes, esses poucos são responsáveis por resultados significativos. A infusão de medicamentos através da MMP ou da eletroporação (sem o uso de agulhas) também é uma das inovações mais importantes nos últimos anos.
É importante observar que finasterida e dutasterida devem ser evitadas por pacientes com histórico de câncer de mama, pois podem causar diminuição do volume espermático. Embora não causem infertilidade, podem dificultar a chance de gestação em homens com espermograma alterado. Além disso, esses medicamentos podem, em uma pequena parcela dos casos, afetar a libido e a função erétil, mesmo após o término do tratamento.
Além dos medicamentos, outros procedimentos como laser e a infusão direta de medicamentos no couro cabeludo têm apresentado bons resultados. A aplicação direta dessas substâncias melhora a eficácia do tratamento e diminui os efeitos colaterais. Hábitos saudáveis, como o uso de shampoos apropriados, uma alimentação equilibrada e o controle do estresse, também são fundamentais para manter a saúde do cabelo. O acompanhamento médico é essencial para determinar a abordagem mais adequada para cada paciente.