O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem se colocado como o primeiro e o único candidato, que desfruta de sua própria ‘benção’, para disputar as eleições à presidência da República em 2026. Em declarações públicas, em vários momentos, tem afirmado que ele mesmo é o seu plano A e B. A imprensa e o meio político têm encarado tais declarações como uma espécie de ‘teimosia’ por parte do ex-chefe de Estado, considerando que a condenação por abuso de poder político o deixou inelegível até 2030. E mais, caso seja condenado pela suposta tentativa de golpe, pode ser preso ainda neste ano. Em uma entrevista à Folha de São Paulo, Bolsonaro disse que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é um dos nomes fortes da direita brasileira, junto com outros. O que tem sido avaliado como uma espécie de desconfiança. Em outras palavras, que confia só em si.   

Ao ser questionado se o nome do gestor de São Paulo é realmente o mais forte da atualidade para disputar as próximas eleições gerais no seu lugar, o ex-presidente não quis comparar quem era o melhor nome dentre os líderes da direita, e também não se comprometeu em alinhar-se com nenhum nome. Ele aponta que Tarcísio é uma excelente pessoa, um bom político, assim como tem outro nomes pelo Brasil, como os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL). Além desses, sem citar nomes, disse que existem outras pessoas que não estão no cargo executivo, mas despontam, como “bons parlamentares”. Neste momento, mesmo considerando nomes da sua família, como os da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), e do deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL), para ele, não passa de especulação. Garante que os jornalistas que estão lançando, “não fui eu”.  

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O que pode estar sendo avaliado por Bolsonaro dentro das composições políticas, é que qualquer outro nome de relevância que o ex-presidente apadrinhe para o Planalto, não seguirá suas determinações sem levar em consideração seus próprios interesses e os interesses partidários. A solução estaria em alguém da sua própria família, tendo em vista que Tarcísio defenderia os interesses seus e do Republicanos. O Zema, da mesma forma, os seus interesses e do Partido NOVO; o Caiado, igualmente, os seus interesses e do União Brasil; até mesmo Jorginho, que é do Partido Liberal, pode ter a sua própria fórmula de integração política e, assim, não levar em consideração os planos do ex-chefe de Estado.   

A outra questão que pesa contra o governador de São Paulo envolve o seu estreitamento de laços com o cacique do PSD, Gilberto Kassab, que avalia ser o candidato ao governo, caso Tarcísio vá concorrer à presidência em 2026. Indo na contramão dos planos do cacique do PL, Valdemar da Costa Neto, que, caso realmente isso ocorra, também quer entrar na disputa por São Paulo. Ambos estão à espera do gestor estadual. Demonstrando que o Bolsonaro também está atrelado aos interesses do seu partido, por um dos estados mais importantes do ponto de vista econômico e, com isso, a desconfiança futura que tal estreitamento desperta em relação ao Tarcísio, possivelmente, não considerar as inclinações de Bolsonaro nessa questão.   

Insistência  

Ao ser perguntado se a insistência em sua elegibilidade, para as próximas eleições, poderia atrapalhar a candidatura da direita, e se não seria melhor indicar um substituto, Bolsonaro disse que não se vê impedido de forma legal de disputar a eleição. “Eu tenho plano B, Bolsonaro, tá? Eu vou até o último momento buscar pela minha possibilidade de disputar a eleição”, afirma o ex-presidente, que confirma a intenção de registrar sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).