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Saúde

Leite de vaca pode ser aliado da saúde infantil quando introduzido com orientação

Nutricionista esclarece como incluir o alimento na dieta das crianças, alerta sobre restrições sem diagnóstico e desmente mitos sobre o leite UHT

Luana Avelarpor Luana Avelar em 13 de abril de 2025
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O leite é um dos alimentos mais presentes na mesa do brasileiro, sendo consumido em diversas formas e em diferentes etapas da vida. Apesar de seu papel histórico e nutricional, sua introdução na dieta infantil deve seguir orientações específicas. Segundo a nutricionista Yumi Kuramoto, o leite de vaca pode ser introduzido na alimentação das crianças com segurança a partir dos seis meses de vida, especialmente nos casos em que a fórmula infantil não é uma opção viável para as famílias por questões financeiras ou de disponibilidade.

De acordo com Yumi, o ideal é manter o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e continuar com a amamentação até, pelo menos, os dois anos. Entretanto, muitas mães enfrentam dificuldades em manter a amamentação por esse período, o que torna necessária a escolha de um substituto alimentar adequado. O leite integral de vaca, especialmente na versão UHT (ultra high temperature), pode ser uma alternativa viável e segura, desde que recomendado por um profissional.

“O leite é uma excelente fonte de cálcio, proteínas e gorduras essenciais para o crescimento saudável da criança. Ele atua diretamente no desenvolvimento ósseo, imunológico e cognitivo”, explica a nutricionista. Segundo ela, sua retirada sem justificativa clínica pode gerar graves prejuízos à saúde infantil. Um dos riscos mais sérios é o déficit de cálcio e vitamina D, nutrientes fundamentais para a formação e fortalecimento de ossos e dentes. A deficiência desses elementos pode ocasionar, em médio e longo prazo, doenças como osteopenia, raquitismo e maior propensão a fraturas.

Yumi também chama atenção para um fenômeno recorrente nas redes sociais: diagnósticos precipitados de intolerância à lactose ou alergia ao leite, muitas vezes incentivados por influenciadores digitais ou por dietas populares sem embasamento científico. “A exclusão do leite da dieta infantil deve ser feita apenas com acompanhamento nutricional adequado. A disseminação de informações falsas sobre os supostos malefícios do leite pode comprometer seriamente o desenvolvimento infantil”, alerta.

Além do cálcio e da vitamina D, o leite também fornece vitaminas A, B12 e minerais como o zinco. A ausência desses nutrientes pode resultar em comprometimento do sistema imunológico, atraso no crescimento e desenvolvimento físico, além de aumento da suscetibilidade a infecções.

Entre os mitos mais difundidos está o de que o leite UHT – conhecido popularmente como “leite de caixinha” – conteria conservantes ou aditivos prejudiciais à saúde. Essa ideia, frequentemente compartilhada nas redes sociais, contribui para a rejeição do alimento por parte de alguns pais e responsáveis. No entanto, conforme explica Vinícius Junqueira, o processo de produção garante segurança alimentar e preservação dos nutrientes.

“O leite cru é transportado até a fábrica em até 12 horas, onde passa por rigorosos testes de qualidade. Em seguida, é submetido à pasteurização e esterilização em altas temperaturas, e posteriormente resfriado e envasado de forma asséptica. Todo esse processo elimina micro-organismos patogênicos sem a necessidade de adicionar conservantes”, afirma o executivo.

Tanto o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) quanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já se posicionaram oficialmente para desmentir boatos sobre a presença de substâncias como formol no leite industrializado. “Espalhar desinformação sobre o leite de caixinha é um desserviço à saúde pública, sobretudo à saúde das crianças”, conclui Vinícius.

O Brasil é um dos maiores consumidores de leite do mundo. De acordo com o Grupo de Trabalho Interministerial sobre Resiliência em Cadeias de Valor, autenticado pelo Ministério da Fazenda em 2024, o consumo anual per capita no país chega a 167 litros por habitante, número superior à média mundial, que é de 116 litros por pessoa.

 

 

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