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sexta-feira, 25 de abril de 2025
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Saúde

Nova cirurgia de Bolsonaro é de alto risco e revela colapso no abdome

Sexta operação no intestino preocupa especialistas

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 13 de abril de 2025
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Ex-presidente em novos tratamentos. Foto: Divulgação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou neste domingo (13) pela sexta cirurgia abdominal desde o atentado a faca que sofreu em 2018, durante a campanha eleitoral. Segundo especialistas ouvidos por jornais e portais, o procedimento atual é mais complexo do que os anteriores. A recorrência de intervenções no abdome agravou o quadro clínico, e o prognóstico é considerado incerto.

Cirurgia de Bolsonaro

A cirurgia começou por volta das 10h20. Às 18h, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou em rede social que o procedimento ainda levaria mais uma ou duas horas. A operação teve como causa uma obstrução intestinal, decorrente de aderências formadas após os diversos traumas e cirurgias anteriores.

As aderências intestinais surgem com o processo de cicatrização natural após operações na cavidade abdominal. São formações de tecido fibroso que colam partes internas do intestino umas às outras ou a órgãos vizinhos. De acordo com o professor Diego Adão Fanti Silva, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cada nova cirurgia aumenta a complexidade do quadro. O tecido fibroso se torna mais denso nos primeiros meses e pode se manter por tempo indeterminado.

Carlos Walter Sobrado, do departamento de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP, afirma que estruturas abdominais podem aderir de forma semelhante ao efeito de uma cola instantânea. Isso pode envolver partes vitais, como o pâncreas, o fígado, a vesícula e até vasos como a artéria aorta. Quando há aderência intensa, a obstrução intestinal se torna difícil de tratar, e a cirurgia demanda profissionais com ampla experiência em traumas.

Durante o procedimento, os cirurgiões podem encontrar um ponto específico de obstrução ou várias aderências entrelaçadas. Se a obstrução for causada por uma única aderência superficial, o tratamento tende a ser mais simples. No entanto, há a possibilidade de perfuração de órgãos ao tentar separar tecidos colados.

Nos casos mais extremos, há o risco de “abdome congelado”, quando a cavidade está tomada por aderências e não é possível realizar qualquer correção. Nessa situação, o paciente pode sair da cirurgia sem resolução do quadro clínico e necessitar de nutrição parenteral e internação prolongada.

Bolsonaro
Bolsonaro passa por cirurgia. Foto: Divulgação

A taxa de mortalidade para procedimentos desse tipo varia de 2% a 6%, conforme dados da literatura médica. Ainda assim, os especialistas ponderam que Bolsonaro está sob os cuidados de uma equipe com experiência em cirurgias complexas do trato gastrointestinal.

Mesmo com sucesso na cirurgia atual, há possibilidade de o ex-presidente desenvolver novas aderências e voltar a ter episódios de obstrução intestinal no futuro. Segundo os médicos consultados, o número de cirurgias anteriores aumenta a chance de complicações em cada nova intervenção.

Até o momento, a equipe médica não divulgou detalhes sobre o que foi encontrado durante a operação nem sobre o tempo estimado de recuperação.

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