Bullying verbal atinge 90% dos estudantes LGBTI+ nas escolas do país
Levantamento aponta insegurança, agressões físicas e evasão escolar
Uma nova pesquisa nacional revelou que nove em cada dez estudantes LGBTI+ foram vítimas de agressões verbais em 2024 no ambiente escolar. O dado é da Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro, conduzida pela Aliança Nacional LGBTI+ com apoio do Instituto Unibanco e do Plano CDE.
O estudo ouviu 1.349 alunos da educação básica com 16 anos ou mais, entre agosto de 2024 e janeiro de 2025. Destes, 1.170 se identificam como LGBTI+. Além das agressões verbais, 34% relataram violência física, sendo que o número chega a 38% entre estudantes trans e pessoas negras.
A insegurança também é marcante: 86% disseram se sentir inseguros na escola, índice que sobe para 93% entre pessoas trans/travestis. O ambiente escolar é visto como pouco ou nada seguro por 67% dos estudantes trans, 59% dos meninos que fogem do padrão de masculinidade e 49% dos jovens gays, lésbicas ou bissexuais.
Outro dado preocupante é a evasão: 47% faltaram à escola ao menos um dia por medo ou insegurança, e entre os trans, esse índice chega a 57%.
A pesquisa também mostra que os principais agressores são colegas (97%), mas 34% dos casos envolvem professores ou educadores. A maioria dos estudantes que procurou a escola (31%) relatou que nenhuma providência foi tomada. Quase 40% nunca falaram com ninguém sobre as agressões.
Diante dos números, os responsáveis pelo estudo defendem ações estruturais e políticas públicas que promovam ambientes escolares seguros, inclusivos e com práticas pedagógicas voltadas ao respeito à diversidade.