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domingo, 14 de dezembro de 2025
desafio do desodorante

Morte no DF após desafio online revela impacto das redes na juventude

Psicóloga destaca papel da família no combate a desafios perigosos

Luana Avelarpor Luana Avelar em 17 de abril de 2025
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A morte de uma criança no Distrito Federal, após participar do chamado “desafio do desodorante”, popularizado nas redes sociais, trouxe a vulnerabilidade emocional de crianças e adolescentes diante das pressões do ambiente digital. O caso levantou preocupações sobre os impactos da internet na saúde mental dos jovens e evidenciou a urgência de ações preventivas.

Para a psicóloga clínica Jordana Ribeiro, mestre em Psicologia da Saúde, o episódio reflete uma realidade preocupante. “Estamos diante de uma geração constantemente exposta a padrões irreais de beleza, sucesso e pertencimento, o que afeta diretamente a autoestima dos adolescentes”, afirma.

Dados confirmam o alerta. A pesquisa Conversa Sem Filtro, conduzida pela UNICEF em 2022, revelou que jovens brasileiros frequentemente associam seus corpos a sentimentos como “vergonha” e “feiúra”. Essa percepção negativa impacta o bem-estar, o comportamento e a saúde emocional dos adolescentes.

Outro estudo, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada em 2023, indicou que 21,4% dos estudantes entrevistados relataram já ter sentido que a vida “não valia a pena ser vivida”. O número reforça a necessidade de uma atuação conjunta entre escolas, famílias e profissionais de saúde mental.

O papel da família na prevenção

A psicóloga destaca que a família exerce uma influência direta no desenvolvimento da autoconfiança. Segundo ela, a escuta ativa e o apoio emocional são ferramentas fundamentais. “É preciso que os pais criem um ambiente seguro, sem julgamentos, e validem os sentimentos dos filhos, para que eles se sintam compreendidos e apoiados diante das pressões externas”, defende.

Entre as práticas recomendadas pela especialista para fortalecer esse vínculo estão:

  • Manter um diálogo aberto e empático;

  • Estimular atividades que promovam autoestima e pertencimento;

  • Acompanhar o uso das redes sociais com diálogo crítico, sem invasão de privacidade;

  • Procurar orientação profissional sempre que necessário.

Jordana Ribeiro enfatiza que tragédias como a ocorrida no DF devem ser interpretadas como sinais de alerta para a sociedade. “Precisamos estar mais atentos às dores emocionais dos nossos jovens. Apoio psicológico, fortalecimento da autoestima e presença familiar são pilares essenciais para protegê-los”, conclui.

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