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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
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Contas de energia em Goiás devem sofrer reajuste de R$ 15 por MWh

A alteração nas tarifas pode elevar em até 9% o valor das contas no Estado, segundo estimativas do setor elétrico

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 16 de maio de 2025
Energia
Foto: Reprodução

Mais uma vez, o goiano vai sentir no bolso os efeitos do encarecimento dos serviços básicos. Desta vez, a energia elétrica é que terá reajuste. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou um aumento de R$ 15,46 por megawatt-hora (MWh) na tarifa aplicada em Goiás. O valor, que já começa a ser sentido nas contas, está diretamente relacionado aos vetos aos “jabutis” incluídos na Lei das Eólicas Offshore, recentemente sancionada.

O reajuste faz parte de uma alta nacional que pode resultar em aumento médio de 9% nas contas de luz. O impacto maior será sentido pela população da Região Norte, onde os reajustes ultrapassam R$ 19 por MWh. Ainda assim, Goiás aparece entre os 15 Estados mais afetados, com previsão de elevação significativa nas faturas mensais.

Mas o que são os chamados “jabutis”? Na linguagem política, o termo se refere a emendas inseridas em projetos de lei sem relação com o tema principal, geralmente para beneficiar interesses específicos. 

No caso da Lei das Eólicas Offshore, criada para regular a produção de energia eólica no mar, parlamentares introduziram dispositivos que favorecem termelétricas a carvão, usinas solares já subsidiadas e outros empreendimentos com custo elevado para o sistema.

Mesmo que esses benefícios atendam a setores específicos do mercado energético, eles aumentaram o custo global do sistema elétrico, o que resultou na necessidade de repasses tarifários para cobrir os subsídios embutidos na lei.

De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), os “jabutis” poderão custar até R$ 545 bilhões ao longo dos anos, valor equivalente a 25 anos de cobrança da bandeira vermelha 2, o patamar mais alto do sistema de bandeiras tarifárias.

O presidente da Associação, Marcos Madureira, chamou atenção para o impacto social do reajuste. “Esses jabutis criam subsídios que beneficiam grupos específicos, mas aumentam a conta de luz de toda a população brasileira, afetando especialmente os mais pobres”, declarou. Ele alerta ainda que o reajuste pode elevar a inflação em até 0,35 pontos percentuais, com reflexo direto sobre o poder de compra das famílias.

A Equatorial Goiás, concessionária responsável pelo fornecimento de energia no estado, informou que segue as determinações da Aneel. “Assim como todas as distribuidoras de energia no país, a Equatorial aplica os valores de Bandeiras Tarifárias estabelecidos pela Agência”, diz a empresa em nota ao jornal O HOJE.

Além de Goiás, os Estados mais atingidos pelo reajuste são o Pará: R$ 19,45; Mato Grosso do Sul: R$ 18,03; Alagoas: R$ 17,88; Rio de Janeiro: R$ 17,97; Amazonas: R$ 17,77; Mato Grosso: R$ 17,56; Piauí: R$ 17,18; Acre: R$ 17,16; Tocantins: R$ 17,06; Bahia: R$ 17,01; Minas Gerais: R$ 16,57; Goiás: R$ 15,46; Pernambuco: R$ 15,43; Distrito Federal: R$ 15,41; Ceará: R$ 14,97; Maranhão: R$ 14,73; Rio Grande do Sul: R$ 14,57; Espírito Santo: R$ 14,18; São Paulo: R$ 13,82; Sergipe: R$ 13,80; Roraima: R$ 13,69; Paraná: R$ 13,06; Santa Catarina: R$ 12,81 e Paraíba: R$ 12,1.

O peso da conta de luz nas despesas das famílias tem crescido nos últimos anos, especialmente em momentos de seca, quando o uso de termelétricas encarece a geração de energia. Especialistas alertam que a falta de planejamento e a influência de interesses setoriais no Congresso contribuem para tornar o sistema elétrico mais caro e menos eficiente.

Leia mais: Goiás lidera queda no desmatamento no Brasil em 2024, com redução de 71,9%

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