Após o retorno da fiscalização eletrônica em Goiânia, o prefeito Sandro Mabel voltou atrás em relação à aplicação de multas a motoristas e motociclistas de aplicativo que utilizam o celular durante o trabalho. A mudança foi anunciada durante a 5ª edição do passeio motociclístico do Maio Amarelo, realizada no último sábado (18), que reuniu dezenas de participantes com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da segurança no trânsito para a redução de acidentes e preservação da vida.

Em março, a Prefeitura havia reativado os radares após nove meses sem fiscalização, o que resultou na autuação de condutores flagrados utilizando o celular ao volante. Somente na primeira semana de funcionamento dos equipamentos e da implantação do monitoramento por câmeras de segurança, mais de 4,7 mil multas foram aplicadas. A medida gerou revolta e protestos de motoristas de aplicativo e entregadores, que alegam depender do celular para exercer suas funções.

Diante das críticas, Mabel anunciou que motoristas e motociclistas que utilizarem o celular fixado no painel do veículo ou da moto não serão mais multados. “Nós vamos liberar agora para os Uber. Vamos liberar para qualquer pessoa também que o celular estiver no painel não será multado. Agora, se estiver aqui, falando dentro do carro, vai ser multado”, afirmou o prefeito. “Teclar, a gente sabe que é perigoso, mas não podemos multar quem está trabalhando. Temos que ir adaptando essas coisas para conviver bem e ter uma cidade segura.”

O prefeito negou que a retomada dos radares configure “indústria da multa”. “Quando as pessoas falam ‘ah, é a indústria da multa’, não. É a indústria da infração, para acabar com as infrações. Se você não estiver falando no celular, se não estiver em alta velocidade ou na faixa errada, não será multado.”

Ações implementadas pela atual gestão no trânsito

Além disso, Mabel destacou outras ações implementadas pela gestão no trânsito da capital, como a liberação dos corredores exclusivos de ônibus para motociclistas, medida que, segundo ele, tem sido bem recebida por condutores de carros e motos. “Todos elogiam, porque liberamos espaço na via principal e direcionamos as motos para os corredores, sem prejudicar a circulação dos ônibus e sem provocar acidentes.”

O titular da Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET), Tarcísio Abreu, que também participou do passeio, reforçou a avaliação positiva da medida. “Essa ação tem mostrado resultados expressivos, sem registro de incidentes entre motocicletas e ônibus. Os motociclistas estão se adaptando e hoje já usam o corredor com mais segurança e tranquilidade. Isso também melhora a fluidez do trânsito.”

Antônio Feitosa Neto, de 55 anos, motociclista há cerca de 40 anos, afirmou que as mudanças da atual gestão contribuíram para a valorização de quem usa a moto como principal meio de transporte. “O motociclista sempre foi visto como marginal, mas é um estilo de vida. Muitos usam a moto para trabalhar e sustentar a família. Essas ações nos dão mais segurança e respeito.”

Entre as medidas adotadas estão a criação de terceiras faixas, a implantação de direitas livres, a modernização dos semáforos com sincronização inteligente e a desobstrução de vias arteriais — todas elas integradas ao programa Mova Mobilidade, que faz parte da política pública Nova Mobilidade, lançada no início da gestão.

“O Nova Mobilidade vai transformar Goiânia em uma cidade mais conectada e acessível, com soluções inovadoras para os desafios da mobilidade urbana”, afirmou Mabel. Entre os objetivos estão a melhoria do transporte coletivo, a valorização da mobilidade ativa e a redução dos congestionamentos.

Dados da SET indicam que a fluidez média dos principais corredores viários da capital aumentou em cerca de 30%. Um exemplo é o eixo Avenida Castelo Branco/Mutirão, onde a velocidade média nos horários de pico subiu de 16,4 km/h para 21,3 km/h após intervenções como o sincronismo semafórico e a liberação da terceira faixa para todos os veículos