Sebastião Salgado, consagrado fotógrafo brasileiro, faleceu na sexta-feira (23), aos 81 anos. Segundo informações divulgadas por seus familiares, a causa da morte foi uma leucemia agressiva, desenvolvida como consequência de uma malária adquirida em 2010, quando realizava uma expedição fotográfica na Indonésia. Além dessa enfermidade, Salgado convivia com severos problemas na coluna, decorrentes de um acidente ocorrido em 1974, quando uma mina terrestre explodiu o veículo em que estava durante a cobertura da guerra de independência de Moçambique, conflito que ele registrou com sua lente.

De acordo com o Ministério da Saúde, a malária é uma doença infecciosa causada pelo protozoário do gênero Plasmodium, transmitido aos seres humanos pela picada de fêmeas do mosquito Anopheles, popularmente conhecido como mosquito-prego. Esse vetor apresenta maior atividade ao amanhecer e ao entardecer, embora possa picar durante todo o período noturno. A enfermidade não se transmite de pessoa para pessoa, portanto, não é considerada contagiosa. Entretanto, em situações menos comuns, pode ocorrer a transmissão por meio de transfusão sanguínea, compartilhamento de seringas contaminadas, acidentes laboratoriais ou ainda por via congênita, quando a infecção é passada da mãe para o bebê.

No contexto brasileiro, mais de 99% dos casos de malária são registrados na região amazônica. Nas demais áreas do país, a incidência é significativamente menor, mas a letalidade costuma ser mais elevada. Entre os sintomas mais recorrentes destacam-se a febre alta, calafrios, tremores, sudorese intensa e dor de cabeça.

Embora seja uma doença grave, a malária possui cura, desde que o diagnóstico seja realizado de forma rápida e precisa. O tratamento é feito com antimaláricos, medicamentos fornecidos gratuitamente nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Quando não diagnosticada ou tratada a tempo, a infecção pode evoluir para complicações severas, sobretudo em indivíduos com o sistema imunológico fragilizado, como crianças, gestantes e idosos.

Nas formas mais graves, a malária pode provocar sintomas como prostração intensa, convulsões, alterações no estado de consciência, queda da pressão arterial ou choque, dificuldades respiratórias e hemorragias, entre outras manifestações. De modo geral, a infecção exerce um impacto profundo no organismo, podendo gerar efeitos a longo prazo na saúde, como maior vulnerabilidade a infecções bacterianas e comprometimento cognitivo.

Em determinados casos, a malária pode agravar outras condições de saúde e provocar a morte, mesmo anos após a infecção inicial, especialmente quando associada a quadros como anemia severa, insuficiência renal ou hepática, icterícia — caracterizada pelo amarelamento da pele e dos olhos — e hipoglicemia. Em situações mais raras, pode ocorrer a chamada malária cerebral, uma complicação extremamente grave que pode levar ao coma e ao óbito.