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Saúde

Estudo revela que o álcool afeta o cérebro antes dos 30 anos

O estudo reforça a importância de reconsiderar a noção de “consumo moderado de àlcool”

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 24 de maio de 2025
Estudo revela que o álcool afeta o cérebro antes dos 30 anos. | Foto: Reprodução/Istock

Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, identificaram que o consumo de álcool, mesmo em níveis considerados moderados, pode acelerar o envelhecimento do cérebro e comprometer funções cognitivas essenciais ainda na juventude. O estudo, publicado na revista Alcohol: Clinical and Experimental Research, aponta que os efeitos já são perceptíveis em adultos com idades entre 20 e 30 anos.

A pesquisa reuniu 58 voluntários entre 22 e 40 anos, a maioria com histórico de consumo alcoólico desde a adolescência. Após responderem a questionários sobre hábitos de bebida e realizarem testes de flexibilidade cognitiva, os participantes foram submetidos a exames cerebrais em 3D. Utilizando inteligência artificial, os cientistas calcularam a Diferença de Idade Predita (DAP) do cérebro, uma estimativa de quanto a estrutura cerebral aparentava estar envelhecida em relação à idade real do indivíduo.

Os resultados revelaram uma associação clara: quanto maior o consumo de álcool, mais envelhecido parecia o cérebro. Aqueles com maior DAP apresentaram pior desempenho nos testes de flexibilidade comportamental, um indicativo de dificuldade em se adaptar a mudanças e tomar decisões eficazes. Essa inflexibilidade é frequentemente associada ao envelhecimento neurológico e a transtornos psiquiátricos.

Embora o consumo de álcool por si só não tenha previsto diretamente os erros cognitivos, os pesquisadores identificaram o envelhecimento cerebral como fator determinante nessa relação. A perda da flexibilidade mental pode contribuir para padrões repetitivos de comportamento prejudicial, como a persistência no consumo, mesmo diante de consequências negativas, característica comum em casos de dependência alcoólica.

O estudo reforça a importância de reconsiderar a noção de “consumo moderado” entre jovens adultos, público que frequentemente subestima os impactos do álcool na saúde cerebral. Segundo os autores, os achados lançam luz sobre efeitos muitas vezes invisíveis a curto prazo, mas que podem comprometer a qualidade cognitiva ao longo da vida.

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