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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
ALERTA

Brasil registra aumento preocupante de casos de Sífilis em homens

Mais de 146 mil casos foram registrados em homens entre 20 e 29 anos somente em 2023, aponta Ministério da Saúde

Thais Airespor Thais Aires em 25 de maio de 2025
Sífilis

Nos últimos anos, os casos de sífilis no Brasil cresceram de forma significativa, principalmente entre os homens jovens. De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, em 2023 foram registrados mais de 146 mil casos de sífilis adquirida nessa população, representando 37,8% de todas as notificações no país.

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode ser adquirida por contato sexual desprotegido, exposição de feridas abertas à bactéria, compartilhamento de objetos perfurocortantes contaminados ou, ainda, transmitida verticalmente, da gestante para o bebê durante a gravidez ou o parto.

Embora seja tratável com antibióticos, a sífilis, quando não identificada precocemente, pode evoluir para quadros mais graves e favorecer novas transmissões. Segundo especialistas, o diagnóstico precoce da Sífilis é fundamental para interromper a cadeia de infecção e evitar complicações.

Sífilis
A Sífilis é uma doença contagiosa por determinados meios, ela pode ser transmitida por: relações sexuais desprotegidas; transfusão de sangue contaminado; contato com sangue de uma pessoa infectada

Como identificar a Sífilis e quais os riscos de cada estágio

A infecção apresenta quatro estágios clínicos que podem auxiliar na sua identificação. O primeiro é a sífilis primária, caracterizada pelo surgimento de uma úlcera indolor no local de entrada da bactéria, conhecida como cancro duro.

Sem tratamento, a infecção evolui para a fase secundária, que ocorre semanas após o contágio. Nesse estágio, podem aparecer manchas pelo corpo, febre e dores de cabeça. Em seguida, a doença entra na fase latente, período em que não há sintomas, mas a bactéria permanece ativa no organismo e pode ser detectada apenas por exames laboratoriais.

A fase mais grave é a terciária, que pode se manifestar anos depois da infecção inicial, afetando órgãos vitais como o cérebro, o coração e os ossos. Por isso, a realização periódica de exames é recomendada, especialmente para pessoas com vida sexual ativa.

Entre os principais exames utilizados para o diagnóstico estão o teste treponêmico (FTA-ABS), o não-treponêmico (VDRL ou RPR) e o teste rápido. O exame VDRL, por exemplo, é amplamente utilizado para a detecção da infecção e, também, para investigar a sífilis congênita e a neurossífilis — uma forma grave da doença que acomete o sistema nervoso.

“A recomendação é que os exames sejam realizados regularmente, mesmo na ausência de sintomas. Gestantes devem fazer o teste no início e no final da gestação para evitar a transmissão vertical”, orienta Thiago Nascimento, biomédico e doutor em patologia experimental com ênfase em imunologia e patologia.

Avanços tecnológicos otimizam exames e ajudam no controle da infecção

Diante do aumento expressivo de casos, a eficiência e a rapidez no diagnóstico são essenciais para conter a disseminação da sífilis. Nesse contexto, a automação laboratorial tem se destacado como uma ferramenta importante.

Um dos equipamentos utilizados nesse processo é o agitador tipo Kline, fundamental na realização do exame VDRL. “O agitador Kline é um equipamento usado no teste de triagem para sífilis. Ele mantém a placa escavada, onde ocorre a reação, em movimento constante, garantindo que a reação aconteça de forma correta e homogênea”, explica Thiago Nascimento.

Esse equipamento permite que várias amostras sejam processadas simultaneamente, aumentando a capacidade dos laboratórios e reduzindo o tempo de espera pelos resultados. “Quando há muitos pacientes para analisar, o método manual limita o número de exames realizados por vez, pois seria necessário agitar placa por placa. Já com o agitador, conseguimos colocar pelo menos quatro placas de uma só vez”, complementa o biomédico.

Além disso, o uso de equipamentos automatizados, como o agitador Kline, ajuda a minimizar erros humanos e a padronizar os procedimentos laboratoriais, resultando em diagnósticos mais rápidos e confiáveis.

Empresas como a FirstLab, especializada na fabricação de produtos para análises clínicas, oferecem soluções utilizadas nesses testes, incluindo o agitador e outros materiais essenciais, como micropipetas, ponteiras, tubos de coleta, curativos e caixas para descarte.

O tratamento da sífilis, conforme orientação do Ministério da Saúde, é feito com antibióticos como penicilina benzatina, penicilina cristalina ou ceftriaxona, variando de acordo com o estágio da infecção. A prevenção, por sua vez, inclui o uso de preservativos, a realização de exames periódicos e o acompanhamento pré-natal para gestantes.

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