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Saúde

Estudo associa consumo de carboidratos na meia-idade a envelhecimento saudável

A equipe examinou dados coletados de mais de 47 mil mulheres

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 29 de maio de 2025
Estudo associa consumo de carboidratos na meia-idade a envelhecimento saudável. | Foto: Reprodução/Istock

Um estudo recentemente divulgado pela revista científica JAMA Network Open aponta que a ingestão de carboidratos de qualidade na meia-idade pode estar associada a um envelhecimento mais saudável. A investigação, realizada por instituições norte-americanas, analisou a dieta e a saúde de milhares de mulheres ao longo de mais de três décadas.

O trabalho foi conduzido por pesquisadores do Centro de Pesquisa em Nutrição Humana Jean Mayer. A equipe examinou dados coletados entre 1984 e 2016, provenientes do Nurses’ Health Study, um amplo levantamento epidemiológico que acompanhou a trajetória de mais de 47 mil mulheres que, ao final do período, tinham entre 70 e 93 anos.

Os dados, obtidos por meio de questionários de frequência alimentar validados, permitiram identificar diferentes padrões de consumo de carboidratos: desde os totais, que englobam amidos, fibras e açúcares, até os refinados, caracterizados por alimentos processados como bolos e biscoitos, além dos chamados carboidratos de alta qualidade, presentes em grãos integrais, frutas, tubérculos, vegetais e leguminosas. A análise também incluiu parâmetros como índice glicêmico e carga glicêmica.

Para estabelecer a relação entre alimentação e envelhecimento, os pesquisadores adotaram uma definição rigorosa de envelhecimento saudável: ausência de 11 doenças crônicas, preservação das funções cognitivas e físicas e boa saúde mental, conforme autodeclaração das participantes. Dentre as mulheres avaliadas, 3.706 preencheram esses critérios.

Os resultados sugerem que a ingestão de carboidratos de alta qualidade e fibras alimentares na meia-idade está relacionada a uma probabilidade significativamente maior, variando de 6% a 37%, de envelhecer de forma saudável, incluindo benefícios físicos e psicológicos. Em contraste, padrões alimentares com maior presença de carboidratos refinados e vegetais ricos em amido indicaram uma redução de aproximadamente 13% na chance de um envelhecimento saudável.

Os autores destacam que os achados corroboram evidências já consolidadas sobre os efeitos protetores de dietas ricas em frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas contra doenças crônicas. No entanto, o estudo amplia essa compreensão ao associar tais padrões alimentares à manutenção das funções cognitivas e físicas na velhice.

Apesar da relevância dos dados, os pesquisadores reconhecem limitações importantes: a amostra, predominantemente composta por mulheres brancas e profissionais da área de saúde, pode restringir a generalização das conclusões. Assim, sugerem que novos estudos sejam realizados com grupos mais diversos, a fim de validar e ampliar os achados.

Além disso, os autores indicam a necessidade de investigações futuras para esclarecer os mecanismos biológicos que conectam a ingestão de fibras e carboidratos de alta qualidade ao processo de envelhecimento saudável.

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