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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Em baixa

Com queda de 4 posições, Goiânia deixa topo do ranking de qualidade de vida

Capital caiu da 2ª para a 6ª posição entre as capitais; Aparecida perdeu 118 posições no ranking nacional

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 2 de junho de 2025
Goiânia
Foto: Prefeitura de Goiânia

O desempenho de Goiânia e Aparecida de Goiânia no mais recente levantamento do Índice de Progresso Social (IPS) Brasil acendeu um alerta sobre a qualidade de vida nas duas maiores cidades de Goiás. Enquanto a capital goiana caiu da segunda para a sexta colocação entre as capitais brasileiras, Aparecida perdeu 118 posições no ranking nacional, mesmo apresentando leve avanço na pontuação geral.

O IPS avalia anualmente o desempenho de cidades com base em 57 indicadores sociais e ambientais. A edição de 2025 foi a segunda a abranger todos os 5.570 municípios brasileiros.

Em 2024, Goiânia figurava como a segunda capital brasileira com melhor qualidade de vida, atrás apenas de Brasília. Um ano depois, caiu para a sexta posição, atingindo uma pontuação de 68,21, em uma escala de 0 a 100. No levantamento anterior, a nota havia sido 70,49. O recuo foi suficiente para que Curitiba (PR), Campo Grande (MS), São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG) ultrapassassem a cidade.

Entre os fatores que mais impactaram negativamente o desempenho do município estão o aumento de homicídios entre jovens, a baixa cobertura vacinal contra poliomielite e o crescimento do número de famílias em situação de rua. A prefeitura reconheceu os desafios apontados no relatório e afirmou, em nota, que está desenvolvendo ações para ampliar os pontos de vacinação, implementar programas educacionais e combater a violência com apoio da Guarda Civil Metropolitana.

Além disso, a administração informou que tem feito parcerias com empresas para expandir a cobertura de internet móvel e que pretende retirar das ruas todas as pessoas em situação de vulnerabilidade até o fim de 2025. O projeto, segundo a gestão, prevê moradia, alimentação e reinserção dessas pessoas no mercado de trabalho.

Metodologia do estudo

O IPS é composto por três dimensões principais: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades. Cada uma delas reúne componentes específicos, como acesso à saúde, segurança, moradia, educação, liberdade individual e qualidade ambiental. Os dados utilizados no cálculo do índice são extraídos de bases públicas, como o DataSUS, CadÚnico, Anatel, MapBiomas e Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps).

Na capital, a dimensão de “nutrição e cuidados médicos básicos” teve queda, puxada especialmente pela redução na cobertura vacinal infantil. A “segurança pessoal” também piorou, influenciada pelo aumento de homicídios. Já “acesso à informação e comunicação” foi afetado negativamente pela limitação na cobertura de redes 4G e 5G. Houve ainda decréscimos em indicadores como “saúde e bem-estar”, “qualidade do meio ambiente” e “direitos e liberdades individuais”.

Aparecida: melhora estadual, queda no nacional

Mesmo registrando uma leve elevação na pontuação, de 61,68 em 2024 para 61,79 em 2025, Aparecida de Goiânia viu sua posição nacional cair de forma expressiva: passou da 1.346ª para a 1.464ª colocação. A razão está no desempenho de outros municípios que cresceram mais significativamente, superando a cidade goiana no ranking.

Dois pontos foram decisivos para a queda: a cobertura vacinal contra poliomielite, considerada relativamente fraca, e a coleta adequada de resíduos domiciliares, que, apesar de contar com pontuação alta no componente “moradia”, foi avaliada como insuficiente.

Por outro lado, no ranking estadual, a cidade avançou da 56ª para a 49ª colocação entre os municípios goianos. A prefeitura, liderada pelo prefeito Leandro Vilela, argumenta que os dados devem ser analisados com cautela, pois refletem um momento inicial da nova gestão, que está conduzindo um diagnóstico aprofundado com apoio do Instituto Áquila para reestruturar políticas públicas nas áreas de saúde, educação e assistência social.

A administração ainda ressaltou que, apesar da queda no ranking nacional, o município figura na classificação geral com nota dentro da faixa azul-clara do IPS, o que, segundo a legenda do relatório, representa um desempenho considerado bom.

Embora nenhuma capital brasileira tenha atingido nota superior a 70 nesta edição, Curitiba liderou com 69,89 pontos, o recuo de Goiânia e Aparecida mostra que manter ou melhorar a qualidade de vida urbana exige esforços contínuos e políticas públicas eficazes.

Leia mais: Homem é preso por furto de fios de cobre em Aparecida de Goiânia

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