Um vídeo íntimo do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil e viúvo do ex-deputado David Miranda, começou a circular nas redes sociais nos últimos dias e rapidamente ganhou repercussão. Na gravação, Glenn aparece vestindo uma fantasia sensual de empregada doméstica, enquanto é verbalmente insultado por um homem não identificado, que o obriga a realizar uma transferência bancária no valor de R$ 10 mil.

Na tarde desta sexta-feira (30), Glenn se pronunciou publicamente sobre o episódio. Por meio de seu perfil na rede social X (antigo Twitter), ele confirmou ser o protagonista do vídeo e criticou o vazamento das imagens, que classificou como “criminosa” e “maliciosamente política”.

“A publicação foi criminosa”, disse Glenn Greenwald

Em sua manifestação, Glenn explicou que o conteúdo divulgado envolve aspectos de sua vida privada, ressaltando que alguns trechos foram distorcidos, enquanto outros são autênticos. “Ontem à noite, foram divulgados vídeos online que retratam comportamentos da minha vida privada. Alguns foram distorcidos, e outros não. Foram publicados sem o meu conhecimento ou consentimento e, por isso, a sua publicação foi criminosa”, afirmou.

O jornalista também destacou que as imagens mostram atos consensuais entre adultos, realizados em ambiente privado. “Os vídeos retratam atos íntimos de adultos em suas vidas privadas. Todos eles demonstram um comportamento totalmente consensual, sem prejudicar ninguém”, escreveu.

Durante a gravação, o interlocutor, cuja identidade não foi revelada, insulta Glenn Greenwald e exige a transferência bancária. Frases como “Você é meu escravo”, “Vai fazer PayPal para mim, vai. Agora, vai, vai, vai, faz dez mil para mim”, e “Quem é teu alfa?” são repetidas ao longo do vídeo.

Glenn Greenwald, no entanto, afirmou que não sente vergonha ou arrependimento em relação aos conteúdos expostos. “Não me sinto envergonhado nem arrependido por eles”, declarou, reforçando a ideia de que sua intimidade foi violada e exposta contra sua vontade.

“Não mudará meu trabalho”, diz jornalista

O jornalista norte-americano ainda mencionou que a divulgação do vídeo tem motivações políticas. Segundo ele, as investigações sobre os responsáveis pelo vazamento estão avançando. “Embora ainda não saibamos exatamente quem é o responsável, estamos perto de saber, e o motivo foi maliciosamente político”, afirmou.

Glenn também ressaltou que continuará exercendo sua atividade jornalística normalmente. “Cada um pode, naturalmente, formar suas opiniões, como muitos fazem quando se trata da vida alheia. Isso não mudará meu trabalho. Continuarei exercendo todas as vertentes do meu jornalismo, perseguindo as causas mais importantes para mim, exatamente como antes”, concluiu.

O episódio provocou uma série de debates nas redes sociais, envolvendo questões sobre privacidade, liberdade sexual e os limites da exposição pública de figuras conhecidas. Até o momento, não há informações oficiais sobre quem divulgou as imagens nem sobre eventuais medidas judiciais que possam ser tomadas.

Glenn Greenwald é conhecido internacionalmente por seu trabalho investigativo, especialmente por sua atuação na divulgação dos documentos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), fornecidos por Edward Snowden em 2013. No Brasil, fundou o The Intercept Brasil e foi casado com David Miranda, ex-deputado federal que morreu em maio de 2023.

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