O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Solteiras e satisfeitas

Mulheres relatam bem-estar maior fora dos relacionamentos

Estudo canadense revela que mulheres têm mais satisfação com a vida, menos interesse em buscar um parceiro e redes de apoio mais fortes do que homens solteiros

Luana Avelarpor Luana Avelar em 4 de junho de 2025
240 F 670941290 vImLj5guQ1wT8YAHCtr70z9upQsupFqC

A solteirice, por muito tempo associada à solidão ou à espera por um relacionamento, tem sido ressignificada por grande parte das mulheres. Um estudo conduzido pela Universidade de Toronto com quase 6.000 adultos solteiros identificou que mulheres tendem a relatar níveis mais altos de satisfação com a vida, com o estado civil e até com a vida sexual do que homens na mesma condição.

Publicada na revista Social Psychological and Personality Science e divulgada pelo portal Phys.org em 2025, a pesquisa aponta para uma mudança significativa nas dinâmicas afetivas contemporâneas. Segundo os autores, as mulheres demonstraram menor interesse em procurar um parceiro romântico, sinalizando que a escolha pela vida solteira, para muitas, não é uma transição temporária, mas uma decisão consciente. Entre os fatores citados pelos pesquisadores estão a maior independência emocional, redes de apoio social mais robustas e transformações nas normas culturais, que já não colocam o relacionamento amoroso como centro da realização feminina.

Homens solteiros, em contraste, relataram níveis mais baixos de bem-estar, especialmente os mais jovens. Eles também mostraram mais desconforto com a ausência de um relacionamento. Para os pesquisadores, o dado sugere que a pressão social ainda recai de forma mais intensa sobre os homens nessa faixa etária, ao passo que os homens solteiros mais velhos relataram maiores níveis de satisfação – possivelmente por já terem superado parte dessas expectativas externas.

Outro recorte interessante do estudo revela que mulheres negras solteiras expressaram mais desejo de encontrar um parceiro do que mulheres brancas na mesma condição. Para os autores da pesquisa, esse dado indica que as questões raciais também influenciam os desejos e perspectivas em relação à vida afetiva, reforçando que a experiência da solteirice não é uniforme nem neutra – ela atravessa gênero, idade e raça.

A pesquisa integra um movimento mais amplo de estudos em psicologia social e ciência da personalidade que buscam compreender como o bem-estar está cada vez menos vinculado à conjugalidade tradicional. Em um cenário onde o número de adultos solteiros cresce globalmente, os achados contribuem para ampliar o debate sobre o que é viver bem – com ou sem par romântico.

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Tags:
Veja também