O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Dores aumentam com o frio e médicos recomendam mais movimento

Fibromialgia, artrose, lombalgia e neuropatias estão entre os quadros que mais se intensificam no inverno

Luana Avelarpor Luana Avelar em 5 de junho de 2025
16 MATERIA CREDITOS iStock

Com a chegada do outono-inverno, as temperaturas mais baixas em Goiânia e em diversas regiões de Goiás vêm acompanhadas de um aumento expressivo nas queixas de dores crônicas. Condições como fibromialgia, lombalgia, artrose, neuropatias e outros quadros osteomusculares tendem a se agravar nesse período, comprometendo a rotina e o bem-estar de milhares de pessoas.

De acordo com a médica especialista em dores crônicas e doenças osteomusculares, Monique Guilarducci, o frio interfere diretamente na percepção da dor. “É muito comum que as baixas temperaturas provoquem um aumento na rigidez muscular e na sensibilidade dos nervos, o que piora a dor em quem já convive com quadros como fibromialgia, neuropatias, osteoartrose e artrite. No consultório, as queixas aumentam justamente nessa época do ano”, afirma.

Esse impacto não se restringe apenas à observação clínica. A relação entre frio e dor é sustentada por evidências científicas. Um estudo publicado na revista Pain Reports, da Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), confirma que a queda da temperatura está associada ao aumento da intensidade da dor em pacientes com condições crônicas, como a osteoartrose.

De acordo com especialistas, existem quatro mecanismos principais que explicam essa piora. O primeiro deles é a contração natural dos vasos sanguíneos, que reduz a chegada de sangue aos tecidos, tornando as terminações nervosas mais sensíveis. Em segundo lugar, há uma maior excitabilidade dos nervos, o que deixa o sistema nervoso em estado de alerta e, especialmente em quadros de neuropatias, causa aumento da dor.

Além disso, o frio favorece a contratura dos músculos, tornando as articulações menos flexíveis e predispostas à dor. Por fim, os receptores de frio são ativados e comunicam diretamente com as vias de dor, intensificando ainda mais a sensação dolorosa.

Entre as condições que mais sofrem influência negativa durante o inverno, destacam-se a lombalgia, fibromialgia, artrite, artrose, fascite plantar, tendinites e neuropatias. “A dor na região lombar se intensifica com a postura inadequada provocada pelo enrijecimento dos músculos”, explica a médica. Já pacientes com fibromialgia, síndrome caracterizada pela hipersensibilidade a estímulos externos, costumam vivenciar crises mais severas nesta estação.

A diminuição da temperatura também favorece processos inflamatórios e a rigidez nas articulações, agravando quadros de artrite e artrose. Problemas que afetam os pés e extremidades, como fascite plantar e tendinites, se intensificam devido à menor irrigação e aquecimento muscular. “As neuropatias, que podem ser decorrentes de diabetes, alcoolismo, entre outras causas, cursam com sensação dolorosa de formigamento, adormecimento ou choque, e pioram devido a mais sensibilidade dos nervos”, completa.

Segundo a especialista, há também uma dimensão comportamental que precisa ser considerada. “No inverno, as pessoas tendem a se movimentar menos, ficam mais tempo sentadas ou deitadas, e isso contribui ainda mais para a piora das dores crônicas. O sedentarismo é um agravante silencioso”, alerta Monique.

Diante desse cenário, cuidados simples podem fazer a diferença. A médica recomenda a manutenção de uma rotina com exercícios físicos leves e regulares, como caminhadas e alongamentos. “O corpo precisa de movimento para manter a lubrificação das articulações e o fortalecimento muscular, o que protege contra as crises de dor”, orienta.

Outras práticas também são indicadas para minimizar os desconfortos típicos do frio: manter o corpo aquecido, ingerir alimentos quentes, investir em hidratação, realizar terapias físicas e seguir com o acompanhamento médico adequado. A especialista reforça ainda que o sofrimento com dor não deve ser encarado como algo inevitável ou normal, mesmo nos meses mais frios.

“Sentir dor não deve ser considerado normal, mesmo no frio. Quem convive com esse tipo de desconforto precisa procurar orientação profissional para investigar e tratar a causa corretamente. Há uma série de abordagens eficazes que podem devolver o bem-estar ao paciente”, finaliza a médica.

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Tags:
Veja também