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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Crime

Após condenação de 11 anos por estelionato, Nego Di acusa erro da Justiça

Advogada afirma que Nego Di não era sócio da loja Tadizuera e que houve desrespeito a garantias legais

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 10 de junho de 2025
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Influenciador foi condenado nesta terça. Foto: Divulgação

O influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. A Justiça do Rio Grande do Sul determinou a pena por crimes de estelionato contra 16 pessoas, cometidos por meio da loja virtual Tadizuera, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Condenação de Nego Di

Além de Nego Di, o empresário Anderson Boneti também foi condenado. Ambos devem pagar multa. Segundo o processo, os dois anunciavam produtos com preços muito abaixo do mercado. No entanto, os itens não eram entregues, o que configurou o golpe.

Agora, a defesa de Nego Di se manifestou. Em nota, a advogada Camila Kersch afirmou que o humorista não era sócio de Boneti. Segundo ela, ele não participou da gestão da loja. “Sua imagem foi utilizada para promover o projeto, confiando nas informações e responsabilidades atribuídas à outra parte envolvida”, afirmou.

Ainda conforme a defesa, não havia vínculo societário formal entre os réus. A advogada também contestou o número de vítimas. De acordo com os autos, 18 pessoas foram lesadas. A imprensa, no entanto, chegou a divulgar um número de 300 vítimas, o que, segundo a nota, gerou repercussão desproporcional.

A defesa sustenta que, durante o processo, todas as vítimas que aceitaram acordo foram ressarcidas voluntariamente por Nego Di. “Isso demonstra seu compromisso em reparar os danos, apesar de não ter executado os atos nem se beneficiado diretamente das transações”, alegou.

Camila também apontou sinais de parcialidade no julgamento. Ela criticou o fato de Nego Di e Boneti terem recebido a mesma pena, mesmo com condutas descritas de forma distinta. Para ela, isso representa um possível desrespeito às garantias constitucionais.

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Nego Di na cadeia. Foto: Divulgação

A defesa ressaltou que o próprio corréu teria reconhecido Nego Di como “vítima do contexto”, reforçando a tese de que ele agiu de boa-fé. Segundo a advogada, ele não tinha conhecimento do funcionamento interno da loja e confiava nos responsáveis pelas operações.

O esquema teria começado em 2022. Na época, Nego Di entregava alguns celulares vendidos, o que gerava credibilidade. Depois, a loja online foi lançada com foco em vender produtos com preços acessíveis. Conforme a polícia, o golpe gerou prejuízos superiores a R$ 5 milhões.

Uma das vítimas afirmou ter perdido R$ 30 mil na tentativa de comprar dois celulares e aparelhos de ar-condicionado. Nego Di está em liberdade provisória desde novembro de 2024, quando deixou a Penitenciária de Canoas após quatro meses de prisão.

Por fim, a defesa informou que vai recorrer da decisão. O processo segue em tramitação no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

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