O número de crianças e adolescentes resgatados do trabalho infantil no Brasil cresceu entre 2023 e os primeiros meses de 2025, conforme dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No período, foram identificados 6.372 casos, com aumento anual: 2.564 em 2023, 2.741 em 2024 e 1.067 até abril deste ano.

De acordo com o MTE, 86% dos jovens afastados estavam envolvidos nas piores formas de trabalho infantil, que incluem atividades perigosas, nocivas à saúde e ao desenvolvimento. Meninos representam 74% dos casos, enquanto meninas respondem por 26%.

A maior incidência ocorreu entre adolescentes de 16 a 17 anos, com 4.130 registros. Crianças até 13 anos, faixa etária em que o trabalho é proibido, somaram 791 casos, e jovens de 14 a 15 anos, 1.451.

Os setores mais comuns de exploração são o comércio varejista, alimentação, oficinas mecânicas e o agronegócio, que engloba agricultura e pecuária. Entre as atividades mais arriscadas estão o trabalho ao ar livre sem proteção, uso de máquinas agrícolas e aplicação de defensivos.

Segundo Roberto Padilha Guimarães, coordenador nacional de Fiscalização do Trabalho Infantil do MTE, o combate à exploração requer ações coordenadas entre o poder público, empregadores e sociedade civil. O Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, lembrando em 12 de junho, marca o momento para reforçar esse compromisso.