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Saúde

Cólica não é só menstrual: entenda por que a dor pélvica exige atenção médica

Entre as causas mais comuns de cólica feminina está a endometriose

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 12 de junho de 2025
Cólica não é só menstrual: entenda por que a dor pélvica exige atenção médica. | Foto: Reprodução/Istock

A cólica é uma dor provocada por contrações involuntárias da musculatura de órgãos ocos, como o útero, os intestinos ou os rins. Apesar de ser comumente associada ao ciclo menstrual, esse tipo de dor não é exclusivo do sistema reprodutor feminino. Ela pode surgir, por exemplo, quando o intestino se movimenta para eliminar fezes ou quando há a presença de cálculos renais, o que gera contrações dolorosas para expulsar as pedras. 

A característica mais marcante da cólica é a dificuldade em identificar exatamente onde dói. Ao contrário da dor superficial, como a provocada por um corte ou ferida, a cólica costuma afetar uma região inteira, tornando mais difícil determinar qual órgão está envolvido.

No caso das mulheres, essa dificuldade aumenta devido à anatomia pélvica, onde o útero está posicionado muito próximo de outros órgãos, como bexiga, intestino, ovários, tubas uterinas e ureteres. Por isso, dores originadas em diferentes sistemas podem se confundir, exigindo uma investigação cuidadosa.

Entre as causas mais comuns de dor pélvica feminina está a endometriose, uma doença inflamatória que afeta muitas mulheres em idade fértil. Ela pode provocar cólicas intensas durante a menstruação, dores fora do período menstrual, incômodo durante as relações sexuais e até infertilidade. O diagnóstico deve ser feito por um ginecologista, e o tratamento varia entre o uso de medicamentos e a necessidade de cirurgia, dependendo da gravidade dos sintomas.

Outra causa recorrente são os miomas uterinos, que são tumores benignos formados no tecido muscular do útero. Eles podem aumentar o fluxo menstrual e provocar cólicas significativas. Embora nem sempre exijam tratamento, precisam de acompanhamento médico regular. Em alguns casos, a remoção cirúrgica pode ser indicada. A dor pélvica também pode estar relacionada a problemas do trato urinário. 

A infecção urinária, por exemplo, causa irritação na bexiga e provoca dor, ardência ao urinar e aumento da frequência urinária. Quando esses sintomas se prolongam por semanas ou meses, pode-se tratar de uma síndrome chamada bexiga dolorosa, cuja origem ainda não é totalmente compreendida, mas que pode estar associada a fatores como dieta, estresse e hábitos de vida.

As cólicas intestinais também são uma possibilidade e podem ser provocadas por infecções, intolerâncias alimentares, prisão de ventre ou doenças inflamatórias intestinais. Como o reto está localizado perto do útero, é comum haver confusão entre cólica intestinal e cólica menstrual. Já a chamada cólica menstrual comum é um sintoma frequente na vida de muitas mulheres, mas definir seus limites entre o esperado e o preocupante pode ser um desafio. Um fator de alerta é o impacto que a dor causa na rotina: se ela interfere nas atividades do dia a dia ou se tem piorado progressivamente ao longo dos meses, é sinal de que algo merece atenção médica.

Alguns sinais exigem atenção imediata e podem indicar situações de maior gravidade. Em mulheres com dor pélvica, sintomas como tontura intensa ou episódios de desmaio não devem ser ignorados. Quedas bruscas na pressão arterial, associadas a batimentos cardíacos acelerados, podem representar um quadro de choque e requerem atendimento de urgência.

Outros sinais de alerta incluem dor súbita e aguda, especialmente quando acompanhada de náusea, vômito, suor excessivo ou sensação de agitação. Febre, calafrios e sangramento vaginal após a menopausa também são indicativos de que algo mais sério pode estar ocorrendo. Nesses casos, procurar um serviço médico com rapidez é essencial para garantir a segurança e o diagnóstico correto.

Exames de imagem específicos podem ser fundamentais tanto para o diagnóstico quanto para o acompanhamento do tratamento. Em alguns casos, a abordagem multidisciplinar é indicada, com a inclusão de profissionais como a fisioterapeuta, que atua no fortalecimento e relaxamento da região pélvica, e a nutricionista, que contribui para a recuperação do bem-estar e da qualidade de vida do paciente. É sempre importante reforçar: o atendimento médico deve ser a primeira medida diante de dores persistentes ou desconfortos incomuns. A automedicação pode mascarar sintomas e atrasar o diagnóstico correto.

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