O sambista Ubirajara Félix do Nascimento, mais conhecido como Bira Presidente, morreu na noite deste sábado (14), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Unimed Barra e faleceu às 23h55, vítima de complicações decorrentes de um câncer de próstata. Bira também enfrentava o avanço da doença de Alzheimer.

A morte foi confirmada por meio de nota conjunta divulgada nas redes sociais do bloco Cacique de Ramos e do grupo Fundo de Quintal. No comunicado, as instituições destacaram a importância de Bira para a história do samba:

“Sua atuação no Cacique de Ramos moldou o bloco e o samba. O Doce Refúgio se tornou um espaço de referência cultural. No Fundo de Quintal, foi ponto de partida de uma linguagem que redefiniu a roda de samba e inspirou gerações.”

Trajetória no samba

Bira nasceu no Rio de Janeiro e construiu uma carreira marcada pela inovação e tradição. Em 1961, criou com amigos e familiares o bloco carnavalesco Cacique de Ramos, que viria a se tornar um dos maiores polos culturais do samba carioca, reconhecido oficialmente como patrimônio cultural da cidade.

No final dos anos 1970, das rodas de samba do Cacique surgiu o grupo Fundo de Quintal, com Bira entre os fundadores. Ele integrou a formação original como pandeirista e vocalista, participando do primeiro disco e contribuindo para a renovação do gênero com a introdução de instrumentos como o tantã e o repique de mão — inovações que marcariam uma nova era no samba.

Leia mais:Estudo revela que até 70% dos gêmeos compartilham alergias

Com seu carisma e estilo inconfundível, Bira Presidente influenciou gerações de músicos e deixou um legado que ultrapassa as fronteiras do Rio de Janeiro, consolidando seu nome na história da música popular brasileira.