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quarta-feira, 16 de julho de 2025
similaridade genética

Estudo revela que até 70% dos gêmeos compartilham alergias

Gêmeos idênticos têm mais chance de compartilhar alergia ao amendoim, indicando fator genético

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 13 de junho de 2025
Estudo revela que até 70% dos gêmeos compartilham alergias. | Foto: Reprodução/Istock

A ocorrência de alergias, sejam elas desencadeadas por pólen, alimentos ou substâncias do ambiente doméstico, é resultado de uma complexa interação entre predisposição genética e fatores ambientais. De acordo com especialistas, quanto maior a similaridade genética e ambiental entre duas pessoas, maior a probabilidade de desenvolverem reações alérgicas semelhantes, o que ajuda a explicar por que gêmeos, especialmente os univitelinos, frequentemente compartilham as mesmas sensibilidades.

Estudos conduzidos na Austrália mostram que entre 60% e 70% dos gêmeos apresentavam alergias ambientais em comum. A probabilidade era ainda maior entre os univitelinos, que compartilham 100% do material genético, em comparação com os bivitelinos, cuja carga genética em comum equivale à de irmãos comuns, cerca de 50%.

Os dados reforçam a influência da genética nas alergias, embora o fator ambiental também exerça papel significativo. Um exemplo citado pelos especialistas é o caso da alergia ao amendoim: estudos revelaram que gêmeos idênticos tinham mais propensão a ambos desenvolverem essa condição do que os não idênticos, sugerindo uma ligação genética relevante.

No entanto, os pesquisadores alertam que a genética, por si só, não determina o surgimento das alergias. O ambiente em que cada indivíduo cresce pode alterar completamente esse cenário. Para ilustrar essa interação, os cientistas propõem uma situação hipotética envolvendo irmãos gêmeos criados separadamente, um em zona rural, com contato direto com animais e ar puro, e outro em ambiente urbano, exposto à poluição e ao tabagismo passivo. Nessa circunstância, as experiências ambientais distintas podem influenciar a presença ou ausência de alergias, mesmo em indivíduos com a mesma constituição genética.

O campo da imunologia continua em expansão, com diversas frentes de pesquisa dedicadas a entender a fundo como se formam as alergias alimentares e ambientais. De acordo com os cientistas envolvidos, os estudos atuais são apenas o começo e, no futuro, espera-se obter respostas mais precisas sobre os mecanismos que tornam algumas pessoas mais suscetíveis às alergias do que outras.

As alergias se manifestam quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a substâncias normalmente inofensivas, como pólen, ácaros ou certos alimentos. Nesses casos, o organismo produz anticorpos específicos, que se ligam aos alérgenos e desencadeiam sintomas típicos como espirros, coceira, olhos lacrimejantes e tosse. Em situações mais graves, a reação pode evoluir para um quadro de anafilaxia, resposta imunológica severa, potencialmente fatal, que requer intervenção médica imediata. O tratamento padrão para esses casos é a aplicação de epinefrina, hormônio também conhecido como adrenalina, geralmente administrado por meio de injeção intramuscular ou spray nasal.

A influência do ambiente na formação de alergias é evidente desde os primeiros anos de vida. Crianças expostas a uma maior diversidade de microrganismos, como aquelas que vivem em zonas rurais, têm contato precoce com animais ou crescem com vários irmãos, tendem a desenvolver menos alergias. A amamentação, por sua vez, também aparece como um fator protetor. Em contrapartida, crianças criadas em áreas urbanas, especialmente em ambientes com altos níveis de poluição ou onde há exposição constante à fumaça de cigarro, estão mais suscetíveis a desenvolver reações alérgicas.

Outro fator relevante é o momento da introdução alimentar. Estudos indicam que a exposição precoce a diferentes alimentos pode reduzir o risco de alergias alimentares. As reações mais comuns ocorrem diante do consumo de leite de vaca, ovos, soja, trigo, amendoim, peixes e frutos do mar. Embora algumas dessas alergias desapareçam com o tempo, outras podem persistir por toda a vida.

Além da infância, a ocupação profissional também pode expor adultos a riscos alérgicos. Profissionais como cabeleireiros, padeiros e mecânicos frequentemente lidam com substâncias que podem desencadear reações, tornando o ambiente de trabalho um fator a ser considerado.

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