O nome de Giovanna Antonelli voltou a circular nas manchetes, mas desta vez por um motivo fora do universo artístico. A atriz está sendo citada em um inquérito criminal aberto no início de junho de 2025, após denúncias feitas por 46 franqueados e ex-franqueados da Giolaser, uma rede de clínicas de estética da qual ela foi sócia e também garota-propaganda. As informações foram divulgadas inicialmente pelo portal Metrópoles e confirmadas por outros veículos.

De acordo com os documentos apresentados no processo, a investigação apura suspeitas de concorrência desleal, propaganda enganosa, crime contra a economia popular, falsidade ideológica e até envolvimento em um suposto esquema de pirâmide financeira. Mesmo após ter encerrado sua sociedade com o Grupo Salus, responsável pela Giolaser, o nome de Giovanna segue vinculado ao caso.

Denúncias apontam prejuízos e manipulação de documentos

Os relatos apresentados pelos franqueados trazem uma série de acusações sobre a atuação da Giolaser no período em que Giovanna Antonelli ainda mantinha participação na empresa. Uma das principais queixas é de que a rede teria apresentado projeções de faturamento consideradas inviáveis, levando investidores a prejuízos financeiros significativos.

Além disso, os denunciantes afirmam que o valor real necessário para abrir uma unidade era muito superior ao divulgado oficialmente na Circular de Oferta de Franquia (COF), documento obrigatório no setor de franquias. A diferença, segundo eles, ultrapassava 200% em alguns casos.

Outro ponto destacado na denúncia é a obrigação dos franqueados de adquirirem equipamentos e mobiliário diretamente da franqueadora, o que, segundo os relatos, aumentava os custos de operação das unidades e criava uma dependência comercial.

A investigação também apura possíveis fraudes documentais. O inquérito inclui suspeitas de adulteração de documentos contábeis, o que pode configurar crime de falsidade ideológica. Segundo um trecho da denúncia divulgado pelo portal Metrópoles, o grupo teria propagado um faturamento bilionário que, na prática, não se confirmava. “Hoje existem quase mil processos contra os franqueadores e franqueados do grupo em razão do engodo comercial oferecido, por meio, inclusive, do esquema de pirâmide”, diz um trecho do documento.

Defesa nega envolvimento direto de Giovanna Antonelli

A assessoria de imprensa de Giovanna Antonelli divulgou uma nota afirmando que a atriz não tinha qualquer participação na gestão da empresa e que sua sociedade era apenas minoritária. Segundo a defesa, ela apenas cedeu sua imagem para campanhas publicitárias.

“Giovanna cedeu sua imagem e deteve participação minoritária no negócio da franqueadora, e nunca exerceu a gerência dos negócios empresariais”, informou a assessoria em nota enviada à revista Veja. Os representantes jurídicos da atriz também afirmam que ela está sendo vítima de litigância predatória — uma estratégia jurídica que, segundo eles, busca explorar a imagem da atriz para dar visibilidade ao caso.

“A única responsável por contratos de franquia é a empresa que gerencia o negócio franqueado, o Grupo Salus. Assim, qualquer lesão entre a empresa franqueada e a empresa franqueadora, se realmente existiu, deve ser apurada entre as empresas responsáveis”, completou a defesa.

Giovanna Antonelli rompeu oficialmente sua ligação com o Grupo Salus no fim de 2024, após a primeira denúncia feita ao Ministério Público de São Paulo. No entanto, mesmo com o afastamento, ela ainda aparece como parte interessada nos inquéritos em andamento.

O Ministério Público segue investigando o caso. Até o momento, o Grupo Salus, que também controla outras redes de franquias como Sorridents, Olhar Certo e Amo Vacinas, ainda não divulgou posicionamento oficial sobre as novas denúncias.