Saiba os perigos da cirurgia ocular feita por Andressa Urach para mudar a cor dos olhos
Modelo realizou procedimento estético proibido no Brasil e acendeu debate sobre os riscos da tatuagem de córnea

Mudar a cor dos olhos de forma definitiva pode parecer atraente para algumas pessoas. Mas, quando essa transformação envolve riscos à saúde ocular, o assunto rapidamente ganha atenção. Foi o que aconteceu nos últimos dias, após a modelo Andressa Urach revelar que se submeteu a uma cirurgia de ceratopigmentação — também conhecida como “tatuagem de córnea” — em uma clínica na França.
A intervenção, que ainda não tem aprovação para fins estéticos no Brasil, consiste na aplicação de pigmentos diretamente na córnea com o objetivo de alterar sua coloração. Embora a promessa seja uma mudança permanente no olhar, o procedimento é considerado invasivo e levanta uma série de preocupações médicas. No Brasil, ele é permitido apenas em casos específicos, como em pacientes com cegueira ou alterações oculares severas.

Técnica utilizada em Andressa Urach ainda não possui consenso médico
A ceratopigmentação é realizada por meio da inserção de tinta na camada intermediária da córnea, utilizando equipamentos específicos. O procedimento pode durar algumas horas e, segundo clínicas que oferecem o serviço em países como França e Turquia, o resultado é duradouro. No entanto, a prática não é reconhecida por diversas entidades médicas como segura quando usada apenas com finalidade estética.
De acordo com o oftalmologista Dr. Ícaro Calafiori, a técnica oferece riscos consideráveis. “A ceratopigmentação pode levar a complicações severas, como rejeição do pigmento, cicatrizes na córnea e aumento da pressão intraocular, o que pode resultar em glaucoma e cegueira. Não é um procedimento recomendado para fins estéticos e deve ser realizado apenas em casos específicos, como em pacientes que perderam a visão e necessitam de reconstrução ocular”, explicou o médico ao ser consultado pela reportagem.
Entre os principais efeitos adversos relatados estão inflamação crônica, infecções, dores persistentes, sensibilidade à luz e, em alguns casos, danos permanentes à estrutura da córnea. Além disso, especialistas alertam que os pigmentos podem sofrer alterações com o tempo, o que exige constante monitoramento.

Regulamentação e alternativas seguras
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe esse tipo de cirurgia para fins estéticos no Brasil. Por isso, brasileiros que desejam alterar a cor dos olhos de forma definitiva acabam buscando clínicas no exterior. A ausência de regulamentação internacional unificada e a falta de estudos de longo prazo tornam a decisão ainda mais arriscada.
Segundo os profissionais da área, a escolha por clínicas fora do país, embora viabilize a realização do procedimento, pode levar o paciente a condições de atendimento sem garantia de acompanhamento adequado em caso de complicações. Há também o risco de que o retorno ao país complique o tratamento posterior, já que poucos médicos têm experiência com os efeitos da ceratopigmentação.
Diante das preocupações, a recomendação de médicos oftalmologistas segue sendo a de evitar intervenções invasivas com objetivo puramente estético. Para quem deseja alterar temporariamente a cor dos olhos, o uso de lentes de contato coloridas, com prescrição e acompanhamento profissional, continua sendo a alternativa mais segura.
“É importante que as pessoas estejam cientes dos riscos antes de tomar esse tipo de decisão. A visão é um sentido extremamente sensível, e qualquer alteração deve ser cuidadosamente avaliada”, concluiu o Dr. Ícaro Calafiori.
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