Dormir entre sete e nove horas por noite continua sendo a recomendação padrão de especialistas para garantir a recuperação adequada do corpo e da mente. No entanto, diante de rotinas aceleradas e múltiplas demandas diárias, muitos adultos recorrem às sonecas vespertinas como forma de compensar o cansaço acumulado. Mas essa estratégia pode ter efeitos contrários ao desejado.

Apresentado no início de junho durante o congresso Sleep 2025, promovido pela Academia Americana do Sono, e publicado na revista científica Sleep, um estudo recente indica que cochilos prolongados durante o dia estão associados a um aumento no risco de mortalidade entre adultos de meia-idade e idosos.

Os autores do trabalho se disseram surpresos com a frequência e irregularidade dos cochilos nessa faixa etária, bem como com os horários preferidos para dormir ao longo do dia. Segundo a análise, indivíduos que cochilam por períodos longos, especialmente por volta do meio-dia ou no início da tarde, apresentam risco maior de morte, mesmo após o ajuste para fatores como condições de saúde e estilo de vida.

Embora os cochilos breves possam melhorar a atenção e o desempenho cognitivo, a Academia Americana de Medicina do Sono recomenda que, em adultos saudáveis, eles sejam limitados a no máximo 20 ou 30 minutos, e preferencialmente no início da tarde. Sonecas mais longas tendem a provocar inércia do sono, aquela sensação de confusão ou sonolência após acordar, o que pode anular os benefícios imediatos do descanso.

Os pesquisadores alertam ainda que os dados obtidos neste estudo contradizem parte do conhecimento atual sobre os cochilos e defendem que mais investigações sejam feitas para compreender melhor essa relação.

Para quem deseja melhorar a qualidade do sono noturno e manter boa disposição ao longo do dia, os especialistas recomendam medidas como estabelecer horários regulares para dormir, manter uma alimentação equilibrada, evitar o uso de telas antes de deitar, tornar o ambiente mais confortável e adotar práticas de relaxamento.