Profissionais da saúde protestam por melhores condições trabalhistas em Aparecida e Anápolis
Os trabalhadores reivindicam pagamento de salários atrasados e regularização da progressão salarial
Na manhã desta quinta-feira (03/07), o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde Goiás (Sindsaúde-GO) se reuniu em frente à Prefeitura de Aparecida de Goiânia para reivindicar melhores condições trabalhistas. A partir do prédio, o grupo seguiu em direção à Secretaria Municipal de Saúde, em carreata pelas ruas da cidade. Os manifestantes permaneceram no local ao longo do dia. O ato, compartilhado na rede social do sindicato, foi de denúncia contra as condições de trabalho atualmente enfrentadas pelos profissionais da saúde.

A manifestação desta manhã faz parte de um conjunto de reivindicações do sindicato que também se reuniu em Anápolis, na tarde desta quarta-feira (2). No primeiro ato, o grupo se reuniu em frente à Prefeitura Municipal e partiu “em caminhada de protesto pelas ruas do centro da cidade, reforçando o apelo por respeito e valorização profissional”, conforme também publicação na rede social do sindicato.

Ao fim da assembleia em Anápolis, ficou definida a realização de uma paralisação no dia 8 de julho (terça-feira), a partir das 8h, como forma de pressionar o poder público a atender as demandas da categoria.
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Reivindicações dos profissionais da saúde
O foco central da paralisação desta quinta (3) foi a resolução de uma problemática de longa data. Em nota exclusiva ao O Hoje, o Sindsaúde-Go denunciou que servidores estão há um ano e sete meses sem receber as progressões de carreira. Os servidores também estão há quatro meses sem o pagamento do retroativo do piso salarial dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), mesmo com recursos federais já repassados.
Em Aparecida de Goiânia, a diretora do Sindsaúde-GO, Sirley Braga, afirma que a categoria está há mais de um ano sem a progressão salarial. Esse é um documento que estabelece os valores de remuneração para diferentes cargos e níveis dentro de uma estrutura de saúde.
Segundo a diretora, a progressão do plano de carreira de 2% dos servidores dos SUS está atrasada desde janeiro de 2024 e sem perspectiva de regularização.
Promessas vazias
Em nota ao Hoje, o Sindsaúde-GO revelou que foram realizadas, anteriormente, tentativas de resolver as pendências. Porém, apesar das promessas, as reivindicações não foram atendidas. Confira um trecho da nota do sindicato, na íntegra:
Em Anápolis, o Sindsaúde chegou a se reunir com o prefeito Márcio Corrêa, no dia 6 de maio, que se comprometeu a apresentar uma proposta de quitação dos débitos com os trabalhadores após o dia 19 de maio. No entanto, passados mais de 40 dias, não houve retorno, não foi estabelecida mesa de negociação e não houve qualquer sinalização de cumprimento do compromisso assumido. Por esse motivo, decidimos pela paralisação das atividades no município na próxima terça-feira, 8 de julho. No município, também reivindicamos a atualização do piso salarial e a correção da tabela salarial dos agentes.
Em Aparecida de Goiânia, nos reunimos com o prefeito Leandro Vilela, em abril, que, embora tenha acolhido nossas demandas, não apresentou nenhuma proposta concreta. Após delegar estudos sobre o impacto financeiro aos seus secretários, o prefeito e sua equipe deixaram de atender ligações e de responder às entidades representativas dos trabalhadores.
A falta de diálogo e de compromisso com a saúde pública tem deixado os profissionais sem alternativas, levando-nos a mobilizar a categoria para cobrar respeito e valorização.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS) informa que continua dialogando abertamente com todas as categorias para discutir quaisquer reivindicações apresentadas.
A redação do O Hoje tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis, mas não obteve retorno.