Com o custo da energia elétrica pressionando o orçamento das famílias brasileiras, a geração distribuída tem ganhado espaço como alternativa viável e sustentável. Em Goiás, onde a tarifa média residencial ultrapassa R$ 0,74 por kWh, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), esse modelo tem impulsionado mudanças significativas no consumo energético.

Nos dois primeiros meses de 2025, o estado se destacou como o segundo com maior expansão de potência instalada em geração distribuída no país, com acréscimo de 150 megawatts (MW), ficando atrás apenas de São Paulo. A modalidade permite que o próprio consumidor produza a energia que consome, geralmente por meio de painéis solares, resultando em economia na fatura de luz e maior autonomia energética.

Dados da Aneel mostram que o Brasil já conta com mais de 5 milhões de unidades consumidoras conectadas à geração distribuída. Desse total, mais de 99% utilizam energia solar, o que demonstra o protagonismo da fonte fotovoltaica no cenário atual.

Entre os modelos existentes, a geração compartilhada tem se mostrado uma solução acessível para quem não pode ou não quer instalar painéis solares. Por meio de consórcios ou cooperativas, os consumidores passam a utilizar energia de usinas remotas, as chamadas fazendas solares, e recebem créditos em sua conta de luz. A modalidade é ideal para moradores de imóveis alugados, apartamentos ou residências sem estrutura adequada para instalação.

Além da economia, o modelo também contribui com a sustentabilidade, ao reduzir a emissão de gases poluentes e o impacto ambiental causado pelas fontes tradicionais. Em Goiás, a adesão tem crescido tanto entre consumidores residenciais quanto no setor agropecuário, que vê na energia limpa uma forma de diminuir custos e impulsionar a produção.

O desafio agora, segundo especialistas do setor, é ampliar o acesso à tecnologia, garantindo segurança, confiabilidade e viabilidade financeira para todas as camadas da população. Com clima favorável e elevado potencial de radiação solar, o estado reúne condições ideais para se consolidar como referência nacional em geração distribuída