Alimentação inflamatória agrava sintomas de psoríase
Pesquisa com adultos diagnosticados mostra que dietas saudáveis ajudam a reduzir os efeitos da doença
Uma pesquisa publicada em fevereiro de 2025 no British Journal of Nutrition revelou que o padrão alimentar pode influenciar diretamente a gravidade da psoríase, doença inflamatória crônica que afeta a pele. O estudo analisou 257 adultos com diagnóstico confirmado e concluiu que dietas com perfil inflamatório, compostas por alimentos ultraprocessados, carnes vermelhas e açúcar simples, estão associadas a sintomas mais intensos. Por outro lado, padrões alimentares saudáveis mostraram relação com quadros clínicos menos severos.
A psoríase é caracterizada por manchas avermelhadas e descamativas na pele, principalmente em regiões como cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Embora tenha causas multifatoriais, como predisposição genética, fatores ambientais e estilo de vida, a alimentação vem sendo cada vez mais estudada por seu papel no agravamento ou na atenuação dos sintomas. Os participantes da pesquisa preencheram questionários sobre adesão a diferentes padrões alimentares, como dieta mediterrânea, DASH, dietas à base de vegetais e modelos com alto consumo de alimentos processados.
Os resultados mostram uma correlação entre hábitos alimentares mais saudáveis e sintomas mais leves. Dietas ricas em vegetais, frutas, oleaginosas, leguminosas e alimentos minimamente processados foram associadas a um menor grau de inflamação, o que se refletiu em lesões menos extensas e menos incômodas. Em contrapartida, o consumo frequente de gorduras saturadas, embutidos, açúcares e aditivos alimentares foi relacionado a uma piora do quadro dermatológico.
Embora o tratamento médico convencional permaneça fundamental, o estudo reforça a importância de considerar a alimentação como parte do manejo clínico da psoríase. Isso é especialmente relevante para pacientes com sobrepeso ou obesidade, condição que agrava processos inflamatórios sistêmicos. Além disso, uma dieta equilibrada pode auxiliar no controle de doenças associadas, como hipertensão, diabetes tipo 2 e dislipidemias, frequentes entre pessoas com doenças inflamatórias crônicas.
A pesquisa contribui para ampliar o entendimento sobre o impacto dos hábitos alimentares na saúde da pele e do organismo como um todo. Ainda que não substitua os tratamentos tradicionais, a alimentação mostra-se como um fator decisivo no controle de sintomas e na qualidade de vida de quem convive com psoríase.