Número de mulheres com artrose após menopausa cresce
Perda de anos saudáveis por artrose pós-menopausa cresce 142% em 30 anos
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Hangzhou, na China, revelou que o número de mulheres com artrose após a menopausa mais que dobrou mundialmente entre 1990 e 2021. Durante esse período, os novos casos de osteoartrite, outra denominação para a doença, aumentaram 133% globalmente. Ainda mais preocupante é o crescimento das incapacidades relacionadas à degeneração das articulações: a perda de anos de vida saudável em mulheres com artrose pós-menopausa subiu 142% nas últimas três décadas.
Publicado em março na revista BMJ Global Health, o estudo se baseou em dados do Global Burden of Disease de 2021, uma pesquisa que avalia o impacto de doenças crônicas em 204 países, incluindo o Brasil. Os cientistas observaram que a osteoartrite cresce rapidamente entre mulheres com mais de 55 anos, faixa etária típica da menopausa, com maior incidência em populações de alta renda.
O estrogênio, hormônio cuja produção diminui durante a menopausa, tem papel fundamental na manutenção da cartilagem articular e no controle da inflamação no organismo. Sua redução cria um ambiente favorável à inflamação e acelera o desgaste da cartilagem, o que contribui para o aparecimento e progressão da osteoartrite. Além disso, fatores associados ao envelhecimento, como perda óssea, ganho de peso e alterações musculares, também influenciam no desenvolvimento da doença.
O estudo aponta que a maioria das mulheres pesquisadas apresentava sintomas nos joelhos, que é a articulação mais afetada e a principal responsável pela incapacidade decorrente da doença. Casos de artrose nas mãos também foram comuns, especialmente em mulheres entre 55 e 64 anos. Nessa faixa etária, a incapacidade causada pelas dores articulares foi duas vezes maior entre as mulheres do que entre os homens.
A osteoartrite nas principais articulações, como joelhos e quadris, frequentemente resulta em dores incapacitantes que comprometem a mobilidade e a independência dos pacientes. A dor crônica e a redução da amplitude de movimento podem limitar até mesmo tarefas simples, como caminhar ou subir escadas. Quando não tratada adequadamente, a doença pode evoluir para deformidades e perda total do movimento, exigindo tratamentos mais invasivos, como injeções locais de medicamentos ou próteses.
De modo geral, o manejo da artrose envolve fisioterapia e o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, que costumam proporcionar alívio dos sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.