Dívida pública atinge R$ 9,4 trilhões e preocupa a saúde fiscal do Brasil
A dívida líquida atinge o maior nível desde o início da série histórica do BC, em dezembro de 2001
A dívida pública bruta do Brasil voltou a subir e encerrou o mês de junho em 76,6% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 9,4 trilhões, segundo dados oficiais. O índice representa um aumento de 0,5 ponto percentual em relação a maio e reforça a preocupação com a saúde fiscal do país. A projeção do mercado é de que esse percentual chegue a 82% até o final de 2026.
Além disso, a dívida líquida (que desconta os ativos do governo) também cresceu, atingindo 62,9% do PIB. Esse é o maior patamar já registrado desde o início da série histórica do BC, em dezembro de 2001. Demonstrando a dificuldade do setor público em conter seus gastos, mesmo com uma arrecadação recorde no mês.
O avanço da dívida tem relação direta com o desequilíbrio entre receitas e despesas. Em junho, enquanto a arrecadação líquida do governo somou R$ 169 bilhões, as despesas chegaram a R$ 213,3 bilhões. Apenas a Previdência Social respondeu por um déficit de R$ 44,3 bilhões no período, o que pesou significativamente sobre as contas públicas.
A dívida bruta funciona como um termômetro da situação fiscal do país. Quanto maior esse percentual em relação ao PIB, que representa a soma de todas as riquezas produzidas pela economia, maior é a desconfiança do mercado quanto à capacidade do país de honrar seus compromissos.
Outro dado que chama atenção é a diferença no destino dos recursos públicos: o Brasil gastou 6,3% do PIB com o pagamento de juros da dívida, enquanto apenas 4,2% foram destinados à educação.