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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
redução

Goiás reduz queimadas, mas risco segue altíssimo por estiagem e baixa umidade

Estado registra queda de 34,1% nos focos em 2025, mas a umidade abaixo de 20% acende alerta

Anna Salgadopor Anna Salgado em 15 de agosto de 2025
Com a redução significativa da umidade do ar em Goiás, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta laranja. A Organização Mundial da Saúde considera perigoso qualquer índice entre 20% e 12%.
Foto: Divulgação/Semad

Com a redução significativa da umidade do ar em Goiás, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta laranja. A Organização Mundial da Saúde considera perigoso qualquer índice entre 20% e 12%. No início desta semana, a cidade de Goiás registrou apenas 9% de umidade, o menor índice do País.

O cenário de baixa umidade e estiagem prolongada, há 47 dias nas regiões Central, Sul e Sudoeste, e há mais de 95 dias nas regiões Norte, Oeste e Leste, segundo boletim do Inmet, favorece o surgimento de focos de incêndio. Outro fator agravante é a baixa umidade do solo, atualmente em apenas 2%, muito abaixo do ideal, que varia entre 26% e 35%.

Os níveis atuais acendem um alerta para o risco de incêndios nos próximos meses, especialmente setembro, que historicamente concentra mais ocorrências. Apesar dessa projeção, de janeiro a julho de 2025 Goiás registrou uma queda expressiva nos focos de queimadas. Em comparação ao mesmo período do ano passado, a redução foi de 34,1%, passando de 1.565 para 1.030 casos, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrográficas de Goiás (Cimehgo) também divulgou boletim apontando que, nos dez primeiros dias de agosto de 2025, foram registrados 142 focos de queimadas, enquanto em todo o mês de agosto de 2024 o total foi de 1.120 casos.

O gerente do Cimehgo, André Amorim, atribui a queda às ações de monitoramento e combate. “Os números estão ficando melhores com o passar do tempo porque estamos usando a nossa experiência para aprimorar procedimentos”, afirmou.

Até o momento, em 2025, não houve queimadas de grandes proporções no Estado. No entanto, a baixa umidade do ar e do solo mantém o risco elevado. O boletim do Cimehgo indica que, até 17 de agosto, o perigo será altíssimo em todo o território goiano, incluindo unidades de conservação.

Uma das medidas que contribuem para a redução dos incêndios é o Semadcast, ferramenta lançada pela Semad em 2022 para monitoramento 24 horas, capaz de detectar e responder rapidamente aos focos, evitando que se transformem em grandes queimadas. Desde sua implementação, a área afetada por queimadas no Estado caiu 60%. Para Amorim, a rapidez na resposta é determinante. “O tempo de resposta é fundamental. Quanto mais rápido o alerta chega, mais rápido o foco é combatido, preservando o Cerrado e evitando prejuízos à fauna, flora, qualidade do ar e aos mananciais”.

 

Ele ressalta que a prevenção conta com uma ampla rede de cooperação. “Hoje temos uma força-tarefa em campo. Polícia Civil, Polícia Ambiental, Semad, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, além de órgãos como Emater, Ceapa, Faeg e secretarias municipais, todos estão mobilizados”, disse.

Amorim também reforça a importância da participação da população. “A gente pede encarecidamente à população que evite provocar queimadas. Nem que seja aquela folhinha na porta de casa. É uma questão de educação e gentileza com o próximo”.

A tendência de queda nos focos de incêndio não é exclusiva de Goiás. De janeiro a abril de 2025, o Brasil registrou redução de 67,3% em relação ao mesmo período de 2024, conforme dados do Monitor do Fogo do MapBiomas, divulgados em 16 de abril.

No relatório do MapBiomas, o Estado do Pará foi o mais impactado e Goiás, apesar da redução histórica, apareceu em terceiro lugar, atrás de Roraima. Na divisão por biomas o ranking por hectares queimados: Amazônia (30.025); Cerrado (29.809); Mata Atlântica (5.539); Pampa (9.154); Caatinga (2.706) e Pantanal (629).

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