Laringite: inflamação comum pode comprometer a voz e impactar profissionais
Tosse seca, rouquidão acentuada e até perda total da voz estão entre os sinais mais característicos
A laringite é uma inflamação que afeta a laringe, estrutura localizada no meio do pescoço e responsável por abrigar as cordas vocais. Frequentemente associada a infecções virais, a condição costuma surgir de forma repentina e chama atenção pelos efeitos diretos na voz. Tosse seca, rouquidão acentuada, irritação na garganta e até perda total da voz estão entre os sinais mais característicos. Esses sintomas podem comprometer significativamente a rotina de profissionais que utilizam a voz como instrumento de trabalho, como professores, artistas e comunicadores.
Embora as infecções respiratórias, como as causadas pelos vírus da gripe ou do resfriado comum, sejam as causas mais recorrentes, outros fatores também estão relacionados à manifestação da laringite. O uso intenso da voz, o refluxo gastroesofágico, o tabagismo, a exposição à poluição e as alergias respiratórias figuram entre os principais agentes de risco. Nesses casos, o processo inflamatório pode se agravar e tornar-se recorrente, exigindo maior atenção clínica.
O quadro clínico da laringite costuma ser facilmente identificado pela alteração repentina da voz. Em muitos casos, a rouquidão evolui para afonia, dificultando a comunicação verbal e provocando dor ao engolir. A avaliação médica é fundamental para o diagnóstico, que pode incluir o exame físico da garganta e, em situações específicas, a laringoscopia, procedimento que permite a visualização direta das cordas vocais.
A laringite aguda é uma condição frequente na infância e exige atenção especial devido às particularidades anatômicas das vias aéreas dos pequenos. Nestes casos, o foco principal do tratamento é garantir a desobstrução da via aérea e prevenir possíveis complicações respiratórias.
Entre as formas mais comuns da doença, destaca-se a laringite aguda não obstrutiva, que pode ter origem viral, como nos casos causados por rinovírus ou vírus parainfluenza, ou bacteriana, como ocorre com o Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae. Os sintomas incluem rouquidão (disfonia), tosse seca e irritativa, dor ao engolir (odinofagia) e, em alguns casos, febre. O diagnóstico costuma se basear no histórico clínico e na evolução dos sintomas. O tratamento recomendado inclui hidratação adequada, uso de antitérmicos como o paracetamol e anti-inflamatórios como o ibuprofeno. A introdução de antibióticos pode ser indicada quando há presença de secreção purulenta e febre persistente.
Mais grave e menos frequente, a epiglotite aguda representa uma emergência médica. Causada geralmente pelo Haemophilus influenzae tipo B, essa infecção compromete a supraglote, porção superior da laringe, e pode evoluir rapidamente, provocando obstrução das vias aéreas superiores. Os sinais clínicos incluem dificuldade respiratória (dispneia), ruído respiratório inspiratório (estridor), febre alta, salivação excessiva (sialorreia), recusa alimentar, dor intensa para engolir e, curiosamente, ausência de tosse.
Diante de suspeita de epiglotite, a criança deve ser avaliada com extrema cautela para evitar espasmos na laringe, que podem agravar ainda mais a obstrução respiratória.
O tratamento depende da causa e da gravidade do caso. Quando a origem é viral, o cuidado se concentra no repouso vocal, na hidratação frequente e na redução de comportamentos ou substâncias irritantes. Medicamentos são prescritos apenas quando há sinais de infecção bacteriana ou de inflamação mais intensa. Além disso, medidas preventivas como evitar ambientes poluídos, manter hábitos saudáveis e tratar adequadamente o refluxo e as alergias são fundamentais para evitar a reincidência.