Ar seco agrava problemas respiratórios e exige atenção redobrada
Previsão do tempo aponta variação máxima de umidade de apenas 50% na próxima semana, e especialista alerta para sintomas recorrentes durante a falta de chuva
Segundo o Instituto Climatempo, a previsão para a próxima semana continua de um tempo seco e quente, o que levanta preocupações acerca da saúde respiratória. Nesta época do ano, quando os índices de umidade frequentemente caem abaixo dos 30%, o organismo sofre com os impactos da desidratação ambiental.
Segundo a médica otorrinolaringologista Juliana Caixeta, as áreas mais afetadas são as mucosas que revestem os olhos, boca e nariz. Nesse sentido, as consequências vão de desconfortos leves a infecções respiratórias e agravamento de doenças crônicas.
Ainda, de acordo com a especialista, o corpo perde parte da barreira de proteção natural contra vírus e bactérias a partir do ressecamento das mucosas. “As mucosas ficam mais ressecadas, o que causa desconforto e, até mesmo, dor. E embora o corpo tenha mecanismos de compensação, muitas vezes esses mecanismos falham e os sintomas aparecem”, explica a especialista.
Sintomas comuns e grupos mais vulneráveis
De acordo com a médica. Entre os sintomas mais frequentes nesta estação estão dor de garganta, sensação de “areia nos olhos”, sangramento nasal e obstrução nasal persistente. “É comum a sensação de garganta arranhando, principalmente à noite. Em casos mais graves, pode haver sangramentos”, alerta a especialista.
Alguns grupos são mais suscetíveis aos efeitos do clima seco: crianças pequenas (especialmente menores de 2 anos), idosos acima de 65 anos e pessoas com doenças respiratórias crônicas como asma e fibrose pulmonar. Pacientes com doenças imunológicas também devem redobrar a atenção. A médica reforça a importância do acompanhamento regular com especialistas e, quando necessário, do uso de medicamentos preventivos.
Como se proteger
Para aliviar o desconforto e proteger as mucosas, a médica Juliana Caixeta recomenda medidas simples no dia a dia. Entre as recomendações, a especialista recomenda manter a hidratação ao longo do dia, utilizar soro fisiológico nasal, cremes hidratantes na pele, manter ambientes limpos e arejados, e utilizar umidificadores de ar, especialmente no período noturno.
Em locais como escolas, escritórios e espaços com ar-condicionado, as mucosas sofrem ainda mais. “O ideal é levar consigo soro fisiológico ou lubrificantes oculares para aplicar ao longo do dia. E, claro, evitar ir ao trabalho ou à escola em caso de sintomas gripais, para evitar a disseminação de vírus”, destaca.
Casos em que o desconforto se prolonga por muitos dias ou que apresentam agravamento dos sintomas merecem atenção médica especializada. Segundo Juliana, é fundamental procurar um especialista.
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