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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

SUS passa a oferecer teste de DNA-HPV para rastrear câncer de colo do útero

O exame apresenta maior sensibilidade diagnóstica em comparação ao papanicolau tradicional

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 3 de setembro de 2025
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SUS passa a oferecer teste de DNA-HPV para rastrear câncer de colo do útero. | Foto: Reprodução/Frepik

O Ministério da Saúde anunciou a inclusão do teste de biologia molecular DNA-HPV no Sistema Único de Saúde (SUS) para o rastreamento do câncer de colo do útero. A tecnologia identifica 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV) e permite detectar o vírus antes mesmo do surgimento de lesões ou de tumores em estágio inicial, inclusive em mulheres assintomáticas.

Segundo a pasta, o exame apresenta maior sensibilidade diagnóstica em comparação ao papanicolau tradicional, reduzindo a necessidade de procedimentos desnecessários e possibilitando intervalos mais longos entre as coletas quando o resultado é negativo que podem chegar a cinco anos. “Por ser mais eficaz, a nova tecnologia permite ampliar os intervalos de rastreamento, aumentando a eficiência e reduzindo custos”, destacou o ministério em nota.

Outra vantagem apontada é a capacidade de promover um rastreamento mais equitativo e de alta performance, ampliando o acesso a mulheres em regiões de difícil alcance ou com oferta limitada de serviços de saúde.

Produzido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o exame vai substituir gradualmente o papanicolau, que passará a ser utilizado apenas como método complementar em casos com resultado positivo no teste molecular.

O procedimento de coleta é semelhante ao do papanicolau: a secreção do colo do útero é retirada durante o exame ginecológico. A diferença está no processamento: em vez de ser depositado em lâmina, o material é colocado em um tubo com líquido conservante e enviado ao laboratório, onde é realizada a análise genética para identificar o DNA do vírus.

A incorporação do teste de DNA-HPV ao Sistema Único de Saúde (SUS), iniciada em 2024, foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que avaliou a metodologia como mais precisa em comparação ao exame atualmente oferecido na rede pública. Desenvolvida integralmente no Brasil, a tecnologia será implementada de forma gradual, começando por municípios de 12 estados Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, além do Distrito Federal.

De acordo com o Ministério da Saúde, essas localidades foram selecionadas por já disporem de serviços de referência em colposcopia e biópsia, o que assegura o acompanhamento adequado para mulheres com resultados alterados. A estratégia prevê que a substituição completa do método esteja concluída até dezembro de 2026, quando o rastreamento deverá alcançar todo o território nacional, beneficiando anualmente cerca de 7 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos.

O HPV é apontado como a principal causa do câncer de colo do útero, terceiro mais incidente entre mulheres no país, com estimativa de 17 mil novos casos por ano no triênio 2023-2025. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam uma taxa de 15 casos para cada 100 mil mulheres no Brasil. O câncer de colo do útero é também a neoplasia que mais mata mulheres no Nordeste, com média de 20 óbitos diários, número até seis vezes superior ao de feminicídios registrados em alguns estados.

O Ministério da Saúde classificou a introdução do teste como um marco para a saúde da mulher. A Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda a testagem de HPV como padrão ouro para o rastreamento, inclui a medida entre as principais estratégias para eliminar o câncer de colo de útero como problema de saúde pública até 2030.

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