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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
SAÚDE

Vacina contra vírus sincicial respiratório chega ao SUS em novembro

Imunizante será distribuído inicialmente para grávidas a partir da 28ª semana de gestação e promete ampliar a proteção dos bebês nos primeiros meses de vida

Thais Airespor Thais Aires em 14 de setembro de 2025
vacina
Brasil terá 1,8 milhão de doses de vacina contra o vírus sincicial respiratório a partir de novembro

A vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) passará a ser oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da segunda quinzena de novembro de 2025. O imunizante, voltado para gestantes a partir da 28ª semana, tem como objetivo proteger os recém-nascidos contra complicações do vírus nos primeiros meses de vida.

De acordo com o Ministério da Saúde, o VSR é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças com menos de dois anos. Só em 2025, os registros da doença em bebês tiveram aumento de 52% em comparação com anos anteriores. A imunização materna transfere anticorpos para o bebê, oferecendo proteção imediata após o nascimento.

Produção e parceria com o Instituto Butantan

Na última quarta-feira (10), o Ministério da Saúde assinou acordo de transferência de tecnologia com o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer para viabilizar a produção nacional da vacina. A previsão é que 1,8 milhão de doses sejam disponibilizadas ainda em 2025.

A primeira remessa contará com 832,5 mil doses, que serão enviadas ao SUS em novembro. Até dezembro, outro lote de 1 milhão de vacinas deve ser entregue. Caberá a estados e municípios organizar os calendários regionais de aplicação, que ocorrerá em unidades básicas de saúde ou pontos específicos definidos localmente.

Apesar de o VSR também atingir idosos, provocando quadros respiratórios graves, o Ministério da Saúde informou que, neste primeiro momento, a vacinação será voltada apenas para gestantes.

Entre 2018 e 2024, o vírus esteve associado a 83 mil internações de bebês prematuros em todo o país. Dados do Ministério apontam que, a cada cinco crianças infectadas, uma precisa de atendimento ambulatorial e, em média, uma a cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida.

No Brasil, cerca de 20 mil bebês com menos de um ano são internados anualmente devido a complicações do vírus sincicial respiratório. O risco de mortalidade é sete vezes maior em prematuros em comparação a crianças nascidas a termo.

Com a introdução da vacina no SUS, a expectativa é beneficiar aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos vivos todos os anos. Segundo estimativas oficiais, a imunização pode evitar até 28 mil internações anuais relacionadas ao VSR.

Leia também: Vacinação contra Influenza volta a ser exclusiva para grupos prioritários em Goiás

Como funciona a vacinação

A aplicação será feita em dose única, destinada a gestantes a partir da 28ª semana. A estratégia busca garantir que os anticorpos sejam transferidos da mãe para o bebê, garantindo proteção durante os primeiros meses de vida, quando o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento.

Antes da distribuição pelo SUS, o imunizante só estava disponível na rede privada, com custo médio de R$ 3.680 para bebês. A inclusão da vacina na rede pública representa a ampliação do acesso para gestantes em todo o território nacional.

O Ministério da Saúde reforça que a organização da campanha caberá a estados e municípios, que deverão definir os locais de aplicação e os critérios de logística para garantir a cobertura da população-alvo.

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