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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
“profunda insatisfação”

Conselho de Cultura critica gravações de série sobre Césio-137 fora de Goiânia

Produção que retrata acidente de 1987 é filmada em São Paulo, decisão que motivou carta aberta do Conselho de Cultura

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 16 de setembro de 2025
cesio 137
Série da Netflix sobre acidente com Césio-137 gera protesto em Goiânia. Foto: Divulgação

O Conselho Municipal de Cultura de Goiânia criticou a decisão da Netflix de gravar, em São Paulo, grande parte das cenas da série Emergência Radioativa, que retrata o acidente com Césio-137 ocorrido na capital goiana em 1987. O órgão publicou uma carta aberta em que manifesta “profunda insatisfação” com a escolha da plataforma.

Na avaliação do Conselho, a tragédia deixou marcas que permanecem na identidade da cidade. O documento afirma que contar a história sem utilizar Goiânia como cenário é desconsiderar a memória de quem viveu o episódio. O texto lembra ainda que a capital dispõe de profissionais qualificados, infraestrutura e locais reais que poderiam receber produções audiovisuais desse porte.

O acidente ocorreu há 38 anos, quando um aparelho hospitalar foi desmontado em um ferro-velho. A manipulação inadequada do material resultou na dispersão de 19 gramas de Césio-137, contaminando diversos pontos da cidade. O episódio deixou quatro mortos e afetou mais de mil pessoas, sendo considerado o maior acidente radiológico da história fora de uma usina nuclear.

A série, criada por Gustavo Lipsztein e dirigida por Fernando Coimbra, foca na atuação de médicos e físicos que trabalharam para conter os efeitos da contaminação. O elenco reúne atores como Johnny Massaro, Paulo Gorgulho e Tuca Andrada.

No documento, o Conselho de Cultura também destacou o impacto econômico que uma produção dessa magnitude poderia trazer para a cidade. Segundo o órgão, filmar em Goiânia seria uma forma de valorizar a memória local, gerar empregos e fortalecer a cultura brasileira.

As gravações tiveram início em junho. A carta pede que a Netflix e a produtora Gullane revisem a escolha e deem a Goiânia “o espaço que lhe é de direito”. Até o fechamento desta matéria, a plataforma e a produtora não se manifestaram sobre as críticas.

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