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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Câncer de mama em idosas: A importância de identificar alterações precoces

O diagnóstico em mulheres acima de 70 anos segue os mesmos princípios aplicados a pacientes mais jovens

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 21 de setembro de 2025
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Câncer de mama em idosas: A importância de identificar alterações precoces. | Foto: Reprodução/Freepik

Ao perceber uma pequena alteração na pele da mama ao se olhar no espelho ou durante o banho, muitas mulheres podem imaginar que se trata apenas de um efeito natural do envelhecimento. No entanto, negligenciar essas mudanças pode atrasar o diagnóstico de uma condição grave, já que o câncer de mama se torna mais frequente com o passar dos anos. Reconhecer os sinais precocemente é crucial, especialmente diante das dificuldades que algumas mulheres enfrentam para acessar diagnóstico e tratamento adequados em tempo hábil, reforçando a necessidade de aprimorar continuamente os cuidados de saúde.

O risco de câncer de mama aumenta significativamente com a idade. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que o envelhecimento é um dos principais fatores de risco, resultado do acúmulo de mutações nas células ao longo da vida e das alterações hormonais que ocorrem com o tempo. Ao contrário da crença comum de que o risco diminui após a menopausa, a maioria dos casos é diagnosticada em mulheres com mais de 50 anos, tornando essencial a manutenção da vigilância médica e da atenção às próprias mamas em todas as fases da vida.

Os sinais de alerta em mulheres mais velhas podem ser discretos e nem sempre incluem um nódulo palpável. Entre os sintomas que merecem atenção estão alterações na pele, como enrugamento, endurecimento, vermelhidão ou aspecto de “casca de laranja”; mudanças no mamilo, como inversão, descamação ou secreção sanguinolenta; nódulos ou espessamentos, mesmo indolores, na mama ou axila; diferenças no tamanho ou formato das mamas; e dor localizada persistente. Qualquer uma dessas alterações deve ser comunicada ao médico imediatamente, sem presumir que seja apenas efeito da idade.

O diagnóstico em mulheres acima de 70 anos segue os mesmos princípios aplicados a pacientes mais jovens, sempre adaptado às condições de saúde individuais. O processo inclui exame clínico e anamnese, com avaliação do histórico pessoal e familiar, seguido de exames de imagem, principalmente mamografia, que pode ser complementada pela ultrassonografia para diferenciar cistos de nódulos sólidos e auxiliar em biópsias. Quando uma área suspeita é identificada, a biópsia confirma ou descarta o câncer, sendo um procedimento simples, realizado com anestesia local e sem necessidade de internação.

Embora o rastreamento mamográfico seja recomendado oficialmente para mulheres entre 50 e 69 anos, a decisão para pacientes acima dessa faixa etária deve ser individualizada. Mulheres com boa saúde e expectativa de vida relevante podem se beneficiar da continuidade do exame, sempre avaliado por médicos especializados, incluindo geriatras e mastologistas, que ponderam os riscos e benefícios do rastreamento.

No tratamento, a idade não deve ser um impedimento. A abordagem é personalizada, considerando tipo e estágio do tumor, comorbidades e fragilidades da paciente. Avaliações geriátricas completas são fundamentais para garantir segurança em tratamentos mais intensivos, como imunoterapia. Centros de referência em câncer de mama com especialistas em oncologia geriátrica oferecem cuidados mais abrangentes, adaptados às necessidades específicas de pacientes idosas, assegurando que cada plano terapêutico seja eficaz e seguro.

Diagnóstico precoce

Detectar o câncer de mama em seu estágio inicial é determinante para o sucesso do tratamento em qualquer faixa etária. Para mulheres acima dos 70 anos, o diagnóstico precoce pode significar terapias menos invasivas, preservando autonomia e qualidade de vida.

Intervenções mais simples permitem que a paciente mantenha sua rotina diária, o convívio social e a independência. Por outro lado, adiar a procura por atendimento médico por receio do diagnóstico ou do tratamento pode resultar em casos mais avançados, que exigem procedimentos complexos e com maior potencial de efeitos colaterais.

Cuidar da saúde das mamas é um gesto de amor-próprio que não se aposenta. Qualquer sinal de alteração deve ser investigado sem demora, pois informação e ação rápida são as maiores aliadas na proteção da vida.

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